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“Senhoras e Senhores, respeitável público…”

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Os que já tem um pouco mais de idade têm ainda em mente essa marca registrada que os “circos” utilizavam na abertura de seus espetáculos, fazendo o chamativo para a abertura das cortinas e apresentação de seus artistas. Bons tempos aqueles!
Hoje, no entanto, o espetáculo se realiza noutros palcos, justamente naqueles onde muito de seus patronos abdicaram de melhores comodidades que as regiões mais desenvolvidas lhe propiciava, para enfrentar os desafios de uma região pioneira, isso em atendimento ao chamado governamental que dizia: “ integrar para não entregar”.
Com muitos sacrifícios e lutas intermináveis logrou-se alcançar uma estabilidade, dando em contra-partida a oportunidade para muitas famílias alcançarem também o seu bem estar, com trabalho e dedicação, ajudando a consolidar o desenvolvimento e o progresso desta cidade/Estado/Brasil.

O que se observa atualmente é que a ação desencadeada, não busca coibir os abusos praticados contra o meio ambiente, pois as empresas que sobreviveram às tempestades anteriores, buscaram pautar suas atividades dentro da legalidade. E aqueles verdadeiros predadores do meio ambiente, por que razão sequer foram perturbados pelo corso policial que está dando segurança aos agentes ambientais? A população merece resposta.

Mas, enfim, a tentação do espetáculo não pode prevalecer e deslustrar um trabalho de inestimável valia para o país e, propriamente, ao meio ambiente, mas que deveria ser realizado, tendo em conta que as grandes empresas do ramo madeireiro e que sobreviveram às operações anteriores, seguem movidas pelo anseio de continuar suas atividades com observância da lei ambiental em vigor. Então, fica a indagação do porquê de todo esse verdadeiro “show”, essa demonstração de força e tentativa de intimidação contra toda uma comunidade ordeira, quando grande parte deste aparato policial utilizado deveria ser empregado efetivamente no combate da criminalidade crescente no país.

Assim cabe às autoridades responsáveis pelas ações direcionadas à apuração dos crimes ambientais, observarem que, também, devem respeito aos mais elementares fundamentos consagrados na Carta Constitucional, e que estão inseridos dentro dos direitos e das garantias individuais, que são os princípios basilares á consolidação do verdadeiro Estado de Direito.

Fora de parâmetro não se vislumbra, senão aos trevosos tempos do autoritarismo, tão combatido pelos defensores ferrenhos da liberdade democrática, e que hoje se encontram enrustidos nos diferentes escalões do atual governo.

Denovan Isidoro de Lima é advogado em Sinop

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