Até que ponto alguns veículos de comunicação podem ser considerados éticos o suficiente quando se leva em conta sua linha editorial, ou, padrão de abordagem? É extremamente deprimente ter que assistir, e muitas vezes, ter que ouvir os mais diferentes comentários nas ruas onde o assunto é a maneira como são conduzidos determinados temas de interesses empresariais por supostos apresentadores de televisão local ou outros repórteres. Muitas pessoas percebem logo de cara o despreparo, outros acreditam no mais puro interesse financeiro, daqueles que os envolvidos não agüentam tanta pressão e se rendem oferecendo algo “$” para: digamos dar um tempinho se não isso vai me prejudicar!
Um exemplo logo evidente bem próximo de nós foi o ocorrido registrado na semana passada por um tablóide local, que insinua ter levantado a vida pessoal e profissional do deputado estadual Dilceu Dal´Bosco ao afirma (dizendo ser furo de reportagem) – que o parlamentar nunca teria trazido por meio de emendas, nada à Sinop no norte de Mato Grosso. A notícia foi massificada durante dois dias como manchete principal. Nossa que furo!
O mesmo deputado também empresário da comunicação se arma rapidamente e articula sua defesa em sua emissora ao exibir trechos de entrevistas com nomes influentes do município como o juiz João Manoel Pereira Guerra, o presidente da APAE de Sinop e então diretor do Hospital Santo Antônio – reafirmando parcelas de contribuição de Dal´Bosco, e ao mesmo tempo colocando em jogo a credibilidade do tablóide e de uma TV que faz parte do mesmo grupo – adversários políticos e imaginários, de um modelo de jornalismo chamado – “jornalismo de campanha”, como define Sérgio Buarque de Gusmão no livro – Jornalismo Investigativo.
Até penso que a culpa dessa relação de interesse e muita falta de ética profissional e mal elaborada, também seja do mesmo autor Sérgio Gusmão, que no mesmo livro reafirma também que “a notícia deve ser encontrada e lançada ao ar, deixando de lado a ética e a moral da profissão”. Fatores identificados apenas por profissionais que em sua maioria freqüentaram ou freqüentam uma boa sala de aula e lógico, um razoável curso de jornalismo. Mas, enfim, “tudo que se planta colhe” – “aqui se fez aqui se paga” e essa safra amarga e evidente que já estava escrito deve ganhar e se instalar definitivamente até outubro com o fim do processo eleitoral em Sinop nesses fajutos grupos lobistas que mais visam o bem pessoal do que bem comum.
A guerra desnecessária do “arranca grana” foi lançada oficialmente – e que nossos importantes eleitores tirem suas conclusões.
José Carlos Nery de Araújo é jornalista em Sinop