Aonde chegamos? Será a terceirização do mal?
A banalização das ações políticas é, com certeza, um péssimo exemplo para a população e o pior legado que se poderia deixar para a juventude desse País.
Tipos fleumáticos, tidos como sérios, adotaram subterfúgios para conquistar o poder construindo nas entranhas partidárias a mais sórdida e difamatória campanha política. Corroborada com muxoxos por togados ansiosos pelo novo poder.
Nesse segundo turno, quando deveríamos ver o aprofundamento dos debates sobre questões cruciais para o desenvolvimento de qualquer país, como segurança, educação, saúde, infraestrutura etc., o que tivemos até agora foi uma guerra apócrifa na internet e nas ruas das cidades brasileiras. São ataques e agressões que ultrapassam o limiar do bom senso e chegam à insanidade crua e nua.
É a prática do quanto pior melhor! E a sociedade que se acabrunhe sob o vociferar de esbulhos e mentiras. Das matracas e maledicências que criam "bicho-papão" que come criancinhas e extermina as mais profundas e sinceras crenças do povo brasileiro.
Conforme as necessidades, brincam com Deus, com católicos, evangélicos e fiéis de qualquer credo. Distorcem dados, jogam com a falta de memória e ingenuidade. Usam e abusam do poder econômico para formar ou deformar a opinião pública. Tudo isso, claro, acontece com grande apoio da imprensa, quase sempre servil e em busca de mais um "pote de ouro".
Como será o próximo pleito eleitoral? Sofreremos um retrocesso histórico e seremos invadidos pelas práticas da inquisição ou dos ‘camisas negras" de Benito Mussolini? Adotaremos as práticas nazistas ou, talvez, as abomináveis ações da Ku Klux Klan? Qual é o limite?
Valerá a pena termos um líder no poder sob esta "estrutura ética"? Um líder que ao final de uma disputa tão sórdida e rasteira terá, provavelmente, vendido o que lhe é mais caro: sua integridade moral. Até onde vale a máxima de Nicolau Maquiavel de que "os fins justificam todos os meios"?
Ainda há tempo para deixar de lado estas questões insignificantes e debater um verdadeiro projeto para o país. Um país que nos últimos oito anos encontrou sua vocação para o desenvolvimento que não beneficia apenas alguns escolhidos, mas contempla todas as classes sociais, em todas as regiões. Um país onde a sociedade entendeu que precisa incluir segmentos que ficaram décadas à margem dos benefícios do crescimento e que agora têm direito ao consumo e a usufruir das vantagens da sociedade moderna. Um país que surpreende o mundo com o vigor de sua economia e o valor da solidariedade. Um país que saberá, com certeza, perseverar no caminho certo.
Luiz Antonio Pagot é diretor geral do DNIT