Na última matéria que escrevi, com relação ao tema ‘RENÚNCIA É PATRIOTISMO?’, praticamente deixei claro em minha modesta opinião de que hoje em nossa pátria, lamentavelmente, inexiste qualquer político patriota.
Por isso é que tenho muita saudade de Ulisses Guimarães e Tancredo Neves, verdadeiros estadistas, que entregavam suas vidas se preciso fosse, na defesa de uma causa nacional.
Até bem pouco tempo escutei uma piada onde tinha como objetivo testar o amor de cada cidadão à sua pátria. Permitam-me traduzi-la.
Certa ocasião, reuniram-se diversos amigos, dentre eles um japonês, um americano, um inglês, um italiano, um português e finalmente um brasileiro. Decidiram que uma pessoa que não fazia parte de nenhuma dessas nações ficaria encarregada de jogar uma pena para o alto e, quando esta caísse no chão, cada um fazia um ato demonstrando assim o seu patriotismo. Começou então a brincadeira. Jogava-se pena e quando ela caía no chão, o representante do Japão dizia: “por amor a minha pátria me suicido e dava um tiro em sua cabeça; jogava-se outra pena e quando ela caía o americano dizia” “por amor a minha pátria me suicido”. E assim ocorreu com todos os representantes dos países acima citados.
Chegado a hora do representante do Brasil, jogaram a pena, e ele, o brasileiro, está até hoje soprando para que a mesma não caia no chão e, assim, não haja necessidade de provar o seu patriotismo.
Assim podem ser comparados os políticos brasileiros de hoje.
O momento por que passa o Brasil, comungo com o pensamento do professor de Filosofia da USP Flanklin Leopoldo e Silva, quando ele diz: “hoje pelos comportamentos dos políticos, esta cada vez mais caracterizando pelo fim da política”, também estou convencido de que as instituições chegaram à falência e em seu lugar atuam grupos, e até “quadrilhas”, num jogo de negócios em que estão envolvidos o Legislativo, o Executivo e os partidos do governo e da oposição.
E a razão profunda da crise, é o tipo de democracia que prevalece no mundo da globalização e do neoliberalismo, que impõe suas diretrizes a todos os países, especialmente os do Terceiro Mundo, mas sem poupar os superdesenvolvidos, como Estados Unidos e Inglaterra.
No Brasil, “a autonomia do ponto de vista político-econômico passou a ser mais formal que real. Tanto o Legislativo quanto o Executivo não funcionam propriamente como poderes institucionais. Funcionam como lugares onde se organizam e se executam determinadas políticas que já vêm mais ou menos delineadas, por organismos internacionais, e também por interesses meramente pessoal”.
Escrevo este artigo porque, não bastasse os escândalos, fiquei estarrecido quando ao fazer a leitura do jornal A Gazeta, de Cuiabá, observei que uma das matérias é que determinado candidato a vice-governador de nosso Estado que até ontem era favorável a divisão do Estado, agora não é mais.
Porque???
Confesso que não tenho como responder
O certo é que estou com vergonha, como cidadão brasileiro, não imaginava presenciar tudo que estou presenciando. É uma crise sem precedente e agora agravado pela falta de caráter daqueles que se dispõe a representar a sociedade.
Mas, acredito que só há um modo de alterar um pouco esse jogo de interesses pessoais e grupais: mudar pelo voto o perfil dos congressistas; eleger pessoas comprometidas com princípios democráticos de verdade, que façam leis de interesse social, em vez de derrubar direitos adquiridos, como é a tendência atual, que tenham respeito para com a sociedade, que não mudem de opinião e quando assim o fizerem que a justifique.
Não sou contra a política, mas sou revoltado com alguns políticos carentes de personalidade e que brincam com a inteligência do povo brasileiro.
VIVA A DEMOCRACIA !!
Cláudio Alves Pereira é advogado militante em Sinop e articulista do Só Notícias [email protected]