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Por quanto tempo?

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Em anos eleitorais ou véspera deles, vê-se junto aos consultores de campanha uma crescente preocupação em relação à forma como o eleitor escolhe seu candidato. Embora cada um tenha estratégia muito particular para levar seu cliente a conquistar o posto pretendido, são unânimes em afirmar que afora elementos próprios de cada eleição, em geral a escolha de dá por razões ideológicas de caráter partidário ou questões de ordem pessoal.

Dada a descrença do eleitorado na instituição partido – E dos candidatos também, vide constantes mudanças de sigla -, é natural que a maioria dos votos seja dada considerando o apego pessoal com quem disputa a eleição. Normativas aplicadas no último pleito estreitaram ainda mais a relação candidato / eleitor. O que em principio deveria ser instrumento contra a corrupção acabou tendo efeito contrário elevando consideravelmente os casos de compra de votos. O senão, mora na dificuldade em documentar o crime, e quando isso acontece, é notório o viés político da ação uma vez que as denúncias se dão entre adversários do mesmo pleito.

O fim de semana começa com manchetes que lavam a alma daqueles mato-grossenses que lutam pela moralidade na vida pública. Cassar dois deputados de uma só vez tem lá seu ineditismo.

A pergunta que incomoda é:

– Por quanto tempo ficaremos de alma lavada antes que novas manchetes anunciem a derrubada de tal decisão em instância jurídica superior?

Clayton Cruz é radialista em Sinop e editor do blog imprensando.com.br

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