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Político "tranca rua"

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Na cidade de São Paulo, no Parque do Ibirapuera, existe um museu chamado Afrobrasil, onde entre outros temas da cultura africana, são apresentados aspectos interessantes das religiões que prosperaram no Brasil graças à influência dos negros africanos.

Ali no museu se descobre que uma das divindades mais controversas do Candomblé é o Exu Tranca Ruas. De acordo com a história, ele pode ter sido um nobre espanhol que abriu mão de sua riqueza em nome do amor de uma linda mulher. Tempos depois, em vista de doença grave que acometeu sua amada, obrigou-se a um pacto "das trevas" para evitar a morte daquela.

Outras fontes apontam que Exu seria uma divindade que representa a prosperidade e a procriação dos animais, por isso os chifres e o protuberante órgão sexual. Em confronto com as religiões cristãs, onde a imagem do Diabo possuía as mesmas características físicas, Exu foi tratado como uma entidade maligna. E o Exu Tranca Ruas seria uma divindade do bem, que tem por missão afastar as pessoas das ruas (e dos perigos).

Feito o relato (por respeito), não se pode ignorar que há uma carga de preconceito contra as divindades e as religiões afro.

Pois bem.

Em Mato Grosso nós temos os nossos "tranca ruas" só que eles não guardam a menor semelhança com as divindades mencionadas, não têm nada de pureza, e se preocupam apenas com seus interesses mesquinhos. São "tranca ruas" na expressão adjetivada da palavra (sentido pejorativo mesmo), que impedem o regular ir e vir das pessoas e não apresentam qualquer solução para os problemas mais corriqueiros das cidades (feiras, horário de comércio, pacote tributário, escola em tempo integral etc).

Os nossos políticos "tranca ruas" colocaram em dificuldade os moradores do entorno de Cuiabá (e quem por ali trafega), por absoluta falta de planejamento e escassez de objetividade e transparência em suas ações administrativas.

Esse é um dos legados da Copa do Pantanal!

Falta aos nossos políticos "tranca ruas" o discernimento e a compreensão de que eles estão na assembleia, na câmara e na prefeitura para atender aos interesses do povo e não para obter foro privilegiado e celebrar contratos de suas empresas com o governo.

É só o que acontece.

Não se vê ninguém discutindo rotas de trânsito alternativas, operação "tapa buracos", diversificação do horários de trabalho das pessoas e do funcionamento do comércio, para que sejam compatíveis com o fluxo de pessoas.

Você sabia que o "trem do VLT" trafegará a 22 km por hora, vai demorar 40 minutos no trajeto entre o Aeroporto e a Avenida do CPC?

Os políticos "tranca ruas" não sabem.

Você sabia que vai demorar pelo menos uns 30 anos para que sejam pagos o bilhão e meio do VLT, e que o preço da passagem vai custar entre R$ 10,00 e R$ 12,00, inviabilizando sua utilização pelas pessoas pobres?

Os políticos "tranca ruas" não sabem.

Tudo bem, eles (os políticos) têm suas preocupações e o interesse coletivo fica em plano secundário. Em Várzea Grande o prefeito se preocupa em manter a sua "senhôra" em dois empregos públicos, como fosse possível a onipresença, estar em dois locais ao mesmo tempo. Já os nobres edis várzea-grandenses resumem sua atuação em manter a fama de cidade da "Lei do 44". Frequentam a "casa do povo" devidamente armados com revólveres. Talvez seja saudade dos antigos coronéis da cidade, que estenderam a validade da Lei do 44 a todo o estado de Mato Grosso, nos anos 80 e 90 do século passado. Ao que parece, a Lei do 44 não foi derrogada em Várzea Grande.

Já os seus colegas do parlamento cuiabano ocupam o seu tempo em debater as preferências alcoviteiras de seu presidente, dando prosseguimento a uma maldição que começou há alguns anos, quando um deles (na legislatura passada) envolveu-se numa aventura homossexual que lhe custou o mandato (e a nossa paciência). Ah, e querem aumentar sua "rendas" também!

E o prefeito de Cuiabá?

Cuiabá tem prefeito?

Bando de políticos "tranca ruas"!

Na assembleia, depois que "até" o TCE (Tribunal de Contas) resolveu suspender uma milionária licitação rodoviária (mais de bilhão e meio de reais), por falta de clareza na "concorrência", só aí o assunto começou a ser debatido. Mas eles ("tranca ruas") não sabem que uma grande empreiteira, possuidora de diversas fazendas no Estado do Pará, já se preparava para abocanhar uns 14 contratos de obras, por "compensação".

E os "tranca ruas" também ignoram que algumas empresas desistiram de contratos de obras públicas em nosso Estado por causa da "mordeção" que sofriam diariamente. A cada visita de um desses políticos tradicionais ao canteiro de obras ocorriam dois fenômenos: a construção ficava mais acanhada e a empreiteira mais pobre!

Ainda bem que o Ministério Público instaurou um inquérito para investigar as causas que levaram as empresas a abandonar os contratos de obras da Copa do Pantanal.

Que legado os "tranca ruas" estão nos deixando, hein?

Antonio Cavalcante Filho e Vilson Nery são ativistas do MCCE (Movimento de Combate à Corrupção eleitoral)

 

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