Com certa frequência os institutos de opinião pública realizam pesquisas para analisar como a população avalia as diversas instituições, o desempenho profissional de diferentes grupos ocupacionais e também qual a imagem que partidos políticos, governantes , enfim, a chamada classe política, são vistos pelo povo. Essas pesquisas ganham destaque quando se aproximam as eleições e acabam sendo bons indicadores para as previsões em relação aos prognósticos de quem poderá vencer as próximas eleições.
Costuma-se dizer que os políticos e gestores públicos conduzem suas vidas e suas ações balizados nos orçamentos públicos e, indiretamente, nos cofres públicos, nos cargos e na estrutura da máquina pública de um lado e nas eleições de outro lado. Taambém é comum a constatação de que cada vez mais o horizonte politico fica mais curto, afinal a cada dois anos são realizadas grandes eleições no Brasil, é a festa da democracia de fachada que tanto ufanismo causa `as elites dominantes.
Em uma eleição são escolhidos os prefeitos e vereadores espalhados por mais de cinco mil municípios, incluindo desde minúsculas comunidades que foram transformadas em muncípios a grandes metrópoles com mais de oito, dez ou doze milhões de habitantes. Após dois anos são realizadas eleições para Presidente da República, Senadores, Deputados Federais e Estaduais e Governadores.
As eleições municipais acabam sendo o primeiro degrau ou tranpolim para os voos mais altos. Afinal os municípios são os primos pobres da política brasileira. A grande maioria depende dos governos federal e estaduais para sobreviverem, devido `a excessiva concentração dos recursos públicos nas “mãos” da União (em torno de 65% do bolo tributário); seguindo-se os Estados com aproximadamente 23%, e os municípios no máximo ficam com 12%.
Daí a importância dos despachantes de luxo em que acabam se transformando senadores e deputados, principalmente quem detém mandato e cargos nas estruturas do Governo Federal, cujos cofres arrecadam bilhões ou já quase trilhões de reais por ano, apesar de que a desculpa da falta de recursos permanence a mesma sempre.
Voltando a questão da avaliação das pesquisas de opinião pública. Costumeiramente tanto partidos políticos quanto a chamada classe política não andam bem na foto, quase sempre em uma escala de zero a dez , raramente as notas que a população dá a esta elite do poder não passa de três ou raramente chegam a quatro, ocupando os últimos lugares em relação `as demais instituições ou grupos ocupacionais.
As razões desta avaliação negativa em relação `as elites governantes podem ser : a) corrupção; b) falta de fidelidade aos princípios éticos, filosóficos, doutrinários e ideológicos que deveriam servir de base para as organizações partidárias; c) incompetência ou gestão temerária ; d) falta de planejamento para as ações de governo; e) inconsistência nas ações públicas; f) demagogia, mentiras e meias verdades; g) falta de coerência entre discurso e práticas políticas; g) oportunismo ou atalhos com vistas a galgar postos e cargos públicos de relevância.
Alguns políticos, trocam de partido ou de grupo politico como as pessoas trocam de roupa. A vida política nacional se tornou em um grande mercado persa, onde os apoios, as coligações, as candidaturas são articulados e construídos não em função dos anseios, necessidades e aspirações da população, mas sim, na busca do poder pelo poder, no loteamento antecipado ou futuro da máquina pública e na manipulação das políticas e programas governamentais em função de cada grupo de interesse.
Falta coerência nessas definições, as quais acabam sendo feitas longe da vontade popular, em reuniões sem transparência, as quais acabam sendo adotadas pelos partidos e coligações e impostas ao povo como alternativas de escolha. A falta de democracia interna nos partidos é a tônica dominante e depois quando as ações de governo fracassam a culpa sempre recai sobre os ombros do povo que paga o pato e os impostos e ainda é culpado pelas escolhas de governantes incompetentes, demagogos e corruptos.
Enquanto esta dinâmica não mudar de verdade vamos conviver com verdadeiras catástrofes que a cada dia abalam a vida nacional e a administração pública, onde a corrupção e negociatas são cada vez mais frequentes. É neste contexto que surgem os chamados “salvadores” da Pátria que, depois, frustram e decepcionam a população, porque agem de forma dissimulada!
Juacy da Silva, professor universitário, titular e aposentado UFMT, mestre em sociologia.
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