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Podemos crescer muito mais

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Quando converso com empresários do agronegócio e de outros setores estratégicos, o assunto sempre acaba derivando para uma questão essencial: os pesados custos para escoar sua produção, devido a crônicas carências de infraestrutura de transportes. As empresas, dizem eles, perdem muito. E eu, cá com meus botões, acrescento: e o Brasil também. E há muito tempo.

Nos últimos anos, atingimos um estágio econômico social elogiável em muitos aspectos – distribuição de renda, inserção social, estabilidade econômica, redução do desemprego. Em Mato Grosso, temos democratizado oportunidades nos últimos anos, a bordo de uma agricultura e de uma pecuária que agregam índices crescentes de produtividade, o que se reflete em qualidade de vida.

Contudo, os chamados "gargalos logísticos", que agravam os preços dos fretes e, sobretudo, inibem a expansão da agroindústria que agrega valor à produção regional, ameaçam a continuidade desse processo de modernização econômica e social que temos construído nos últimos anos.

Os estados do Centro-Oeste se defrontam, hoje, com uma curiosa situação: são potencialmente ricos,com agricultura moderna, pecuária de vanguarda e agronegócio vigoroso, mas flagrantemente subdesenvolvidos no aspecto fundamental da infraestrutura de transportes.

No meu Estado, Mato Grosso, não é diferente. Já somos os maiores produtores de algodão, soja, milho, nossa agricultura não é inferior à de nenhum país. Somos também os maiores produtores de gado de corte. Nosso subsolo é rico em um sem-número de minerais, desde ouro, fosfato, minério de ferro e muitos outros. Concluímos agora um trabalho que está sendo feito há seis anos, o mapa geológico de Mato Grosso, apontando a localização e a escala das reservas de todos os nossos minérios.

Mas o que acontece conosco é o mesmo que ocorre em grande parte do Centro-Oeste e em toda a Amazônia: temos dificuldades em aumentar nossa produção por causa da precariedade da infraestrutura de transporte e da pouca capacidade de armazenamento. Sem investimentos pesados e contínuos nesse setor estratégico, não há dúvida de que o extraordinário processo de crescimento econômico, responsável pela modernização social capaz de gerar cidades como Lucas do Rio Verde que, na "fronteira agrícola" da pré-amazônia mato-grossense, ostenta um dos melhores IDHs do país, estaria sob sério risco.

Nesse sentido, aliás, podemos dizer que os investidores estrangeiros e nacionais já perceberam as oportunidades que Mato Grosso oferece. Ainda no mês passado percorri, de carro, mil e setecentos quilômetros com executivos chineses interessados em investir em ferrovia no Brasil. Fomos de Cuiabá até o porto de Santarém, no Pará, um estirão capaz de agitar os sonhos de qualquer empresário.

Agora, estamos organizando um congresso sobre infraestrutura e logística, marcado para fins de novembro. Vamos mostrar um Estado que já é grande, mas pode crescer muito mais, com novas ferrovias, melhores estradas e bons caminhos até os portos.

* Silval Barbosa, governador de Mato Grosso

Artigo publicado no jornal O Globo em 10 de outubro de 2011

 

 

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