Mesmo recém-chegado ao PMDB sinto-me bem à vontade para expressar minha opinião e meus pensamentos políticos, até mesmo pelas características democrática e de liberdade de expressão que permeiam a história desse importante Partido Político.
Nascido informalmente em 04 de dezembro de 1965, polarizando as discussões sobre o bipartidarismo com forte oposição a ARENA – Aliança Renovadora Nacional, surgia o então MDB – Movimento Democrático Brasileiro, incipiente, mas já produto de uma queda de braço entre Ulysses Guimarães, que preferia o nome ADB – Ação Democrática Brasileira, e Tancredo Neves, que teve sua tese prevalecida impondo o MDB. No site: pmd.org.br está disponível a rica história da democracia brasileira e seus percalços.
Oficialmente, o MDB foi fundado em 24 de março de 1966. Transformado em PMDB em 15 de janeiro de 1980, ocorre que essa história de luta, revoluções e democracia viva, completa em 2014 grandiosos 48 anos de vida. Homens públicos como Ulysses Guimarães, Tancredo Neves, José Sarney, Dante de Oliveira, Pedro Simon, Jarbas Vasconcelos, Michel Temer, Valdir Raupp, Carlos Bezerra, Silval Barbosa, Renan Calheiros, e tantos outros, construíram ao longo da história do PMDB o partido de maior base no território nacional. Um legado incontestável de fiel da balança em qualquer processo eleitoral nesse País.
Em Mato Grosso, depois de muitos anos fora da cúpula do poder, em especial da chefia do Executivo estadual, quando o último Governador eleito pelo PMDB foi Carlos Bezerra, o PMDB voltou a governar Mato Grosso com Silval Barbosa, cujo mandato, apesar de forte oposição difusa, vem se notabilizando por grandes obras de infraestrutura na região metropolitana e pelo interior do Estado.
Porém, algo me intriga muito e tento buscar explicações. Por que o PMDB ou o próprio Governador não preparou o sucessor de Silval Barbosa? Se buscarmos na memória, veremos que Carlos Bezerra preparou Dante de Oliveira, então Prefeito de Cuiabá. Jaime Campos preparou Osvaldo Sobrinho, a ponto da Banda do Palácio ser escalada oficialmente para acompanhar o vice-governador em inaugurações por todo o Estado. Blairo Maggi sinalizou e apoiou Silval Barbosa.
Então pergunto novamente, por que o PMDB não preparou ou lançou o sucessor de Silval? Por que o PMDB não discute isso abertamente entre os seus filiados? O Deputado Federal Carlos Bezerra tem envergadura e história para capitanear esse processo, impondo o peso do partido, inclusive com nomes, que se bem trabalhados, podem fazer a diferença. Entre eles cito o próprio Carlos Bezerra, Teté Bezerra, Francisco Faiad, Romoaldo Junior, Juarez Costa, Hermes Bergamim, Altevir Magalhães, e muitos outros nomes que a legenda possui com qualificação e estatura para uma disputa dessa natureza.
Acredito que chegou a hora do bom debate, de se fazer jus a história de luta e democracia do PMDB. O que não podemos é aceitar passivamente, por exemplo, que os dois vereadores eleitos na Capital mato-grossense pelo PMDB abandonem a legenda e não ocorra uma reação para que isso fosse evitado.
O que eu quero, ao escrever este artigo, mesmo sabendo que pode gerar polêmica, é trazer à tona a discussão partidária democrática e de patrulhamento e vigilância dos quadros do PMDB.
Eder Moraes – secretário Chefe de Articulação Institucional de Mato Grosso em Brasília