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Patada à la Babyrousa

Claiton Cavalcante é contador em Mato Grosso
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A patada do suíno é perigosa pois é curta e certeira, ele quando encurralado esperneia para todos os lados sempre com o objetivo de atingir alguém e consequentemente se ver livre de seu algoz. Aqui, a vara são alguns que se veem encurralados por pessoas de bem, pois sabem que mais cedo ou mais tarde as pessoas de bem que, inclusive, os sustentam poderão ser seus algozes.

Triste realidade, pois alguns personagens deste texto são seus próprios verdugos até porque é em razão de seus atos e ações que fazem com que retirem de si próprios o doce prazer de colocar a cabeça no travesseiro e dormir tranquilamente.
Que o diga o representante do povo… isso mesmo… aquele que, em regra, fica alojado na capital federal e que está esperneando com todas as forças, inclusive, com forças poderosas vindas do centro… isso mesmo… do centrão.
O centrão, na política brasileira, em especial no poder legislativo é conhecido como sendo o conjunto de partidos que não possuem ideologia específica e assim se mantém tão somente com o objetivo de aproximar do poder executivo de modo a abocanhar vantagens e privilégios.

Tal comportamento faz lembrar o barco a deriva que vai para onde o vento soprar mais forte. Embora há que diga que esse grupo de parlamentares é essencial para a democracia pois faz garantir a governabilidade do poder executivo e o equilíbrio de forças, principalmente, no congresso nacional.

E foi pensando nessa governabilidade, que é o conjunto de condições necessárias ao exercício do poder de governar, que o presidente Jair Bolsonaro, antes crítico ferrenho da dita “velha política”, deu um coice, na segundo suas palavras: “nova política” ao se aproximar do centrão e com isso se ver livre de um possível processo de impeachment. Pelo andar da vara revestido de chafardel essa aproximação está minando as forças da maior iniciativa de combate a corrupção e lavagem de dinheiro da história do Brasil, a Operação Lava Jato.

Que a deusa da justiça esteja ao lado do Ministério Público Federal (MPF) para não sucumbir a essa mazela! Muito embora, em tese, quem pode extinguir a Operação seja o mandatário maior do MPF. Ocorre que quem o indicou para o cargo foi justamente aquele que deu um coice na “nova política”.

Pois está reverberando a declaração do presidente Jair Bolsonaro ao dizer que não existe mais corrupção no governo federal, por isso a Operação Lava Jato está chegando ao fim. Fico me perguntando, acabou a corrupção no Brasil? Difícil de acreditar. Pois no mesmo dia (07/10/2020) da declaração do presidente, a Operação Lava Jato deflagrou sua 76ª fase – isso mesmo… até aqui já são setenta e seis fases – que investiga esquema de corrupção na venda e compra de combustível para navios utilizados pela Petrobras, que é uma empresa estatal de economia mista, tendo como maior acionista o governo federal.
Preocupado com o possível fim da Lava Jato, o ex-juiz, ex-ministro e ex-aliado do presidente Jair Bolsonaro, Sérgio Moro disse que as tentativas de acabar com a Operação representam a volta da corrupção. É o triunfo da velha política e dos esquemas que destroem o Brasil e fragilizam a economia e a democracia.

Conheço e convivo com valorosos servidores do Ministério Público, seja estadual ou federal. Que o diga meu amigo Alcimar, lotado no MPF carioca! Em razão disso, me atrevo a dizer que esses servidores sejam técnicos ou membros, se preciso for moverão montanhas para irem até o fim e escancarar para o Brasil as mazelas apresentadas por todos aqueles que coiceiam a sociedade.

Sociedade essa que é a fonte primária do poder dado aos políticos e que aos poucos vai sendo ludibriada pelas promessas de campanha ocorridas nas eleições de 2018. Ou você já esqueceu que naquela oportunidade o então candidato hoje defensor da extinção da Lava Jato, foi eleito com apoio maciço do movimento lavajatista?

Rogo para que esta mesma sociedade seja a algoz desta vara que para se ver livre da justiça é capaz até de se aliar com forças antes contrárias, mas que agora pensam desfrutar do mesmo parol.

Que possamos refletir sobre as palavras do evangelista São Mateus quando escreveu que “não dêem aos cães coisas santas, nem deites vossas pérolas aos porcos, pois voltando-se, eles as pisarão com os pés e as despedaçarão.” (Mt, 7,6)
Enfim, devemos vigiar porque no Brasil eles são muitos, há um suíno (veja) para cada 4,3 habitantes.

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