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Passamos vergonha

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O resultado do Ideb do ensino em Mato Grosso envergonhou o estado no outro Brasil. Despencar oito posições e ficar no penúltimo degrau foi de doer.

Esperava-se alguma explicação do governo. Não falaram o governador, nem a Secretária de Educação, nem mesmo Ságuas Moraes que esteve por longo tempo no comando daquela secretaria.

A Secretaria de Educação está há sete anos com o PT. Esse resultado do Ideb vai ficar como um carimbo ruim nas conversas futuras sobre o partido e a educação no estado.

Os governos Maggi e Silval, ao entregarem a Secretaria de Educação ao PT, visavam outra coisa e não tanto resultados educacionais. É que há uma ligação entre o sindicato de professores estaduais e o PT.

Os dois governadores estavam preocupados é com greve no setor.

Greve na educação é um atrapalho para os pais que trabalham. Escola é uma alternativa, além de tirar as crianças da rua e de caminhos errados.

Com a greve, a vida dos pais é tumultuada. E surge o descontentamento politico com esse ou aquele governo.

Daí a decisão dos dois governadores de entregar aquela secretaria a um grupo que, em tese, pode contornar tentativas de greves. Nenhum dos dois governadores estava preocupado com índices educacionais ou se a educação ia ou não melhorar.

Nunca se preocuparam em estabelecer metas a serem atingidas por aquela secretaria. Entregaram o setor de porteira fechada e viraram as costas para a educação. Deu no que deu.

Você lembra de alguma ação concreta e positiva na área de educação nos governos Blairo e Silval? Aquela ação que, mesmo com esforço, venha à cabeça?

Será que foi somente por causa da política ou é, como comentam gentes da área educacional no estado, porque a educação não faz parte da cartilha dos migrantes sulistas?

Ganharam dinheiro sem ela, por que se preocupar com algo que não dá dinheiro?

Uma das cantilenas nessa campanha eleitoral é sobre industrialização no estado.

Que o setor está com problemas, mas que fulano ou beltrano vai resolver esse assunto e a indústria aqui vai ser uma realidade.

Além de outros complicadores, como mercado pequeno e estradas, tem ainda a questão da falta da mão de obra com mais estudos.

Sem estudos adequados, faltaria um dos principais insumos na busca daquela tal industrialização.

Governantes preocupados somente em produzir e exportar soja in natura ou ganhar dinheiro com garimpo de ouro, não estão nem aí para a melhora do ensino.

A consequência está se vendo agora com os seguidos resultados negativos nos testes educacionais do país e do exterior. Mas a história (e a urna) vai cobrar.

Alfredo da Mota Menezes – historiador e articulista político em Cuiabá.
[email protected]

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