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Palavra funda

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A palavra jogada, assim, feito pedra, que se destina a ferir, atacar, derrubar é uma arma poderosa, tem o poder da funda de Davi. Pode derrubar governos e maltratar pessoas: célebres ou não, poderosas ou não, bem sucedidas ou não. Ronaldo Fenômeno que o diga, pois é bem verdade que ele já sofria o poder de outro inexorável poder, o do tempo, mas também é bem verdade que ele, antes de decidir se despedir antecipadamente, sofreu muito mais com palavras brutais, proferidas por ignóbeis, que o atingiram fundo n"alma, a ponto de fazê-lo desistir do que mais gosta. Ele não merecia.

O diga também os governos Árabes despóticos, com o perdão da redundância, que, tardiamente, sofrem com o poder da palavra, multiplicada digitalmente aos milhões pelas redes sociais na Internet. Esses, mereceram e merecem
muito. São duas realidades que mostram bem o poder da palavra, que depois de lançada… Mas, de tudo, o que me preocupa mesmo é outro tipo de palavra, não a palavra-arma ou a palavra-rasa, sem conteúdo, pois dessas podemos nos defender, tapar os ouvidos para não escutá-las ou fechar os olhos para não lê-las, ou até mesmo fingir que não as escutamos ou fugir delas, como fez Ronaldo, ou revidar com outras armas, como faz Kadafi (ou Gaddafi, ou Kadhafi, etc.). Palavras são palavras.

A palavra que me preocupa é a palavra funda no sentido de profunda, fundamental. É àquela não dita, ou àquela ainda sem a plena tradução, ou a nunca ouvida ou lida: a palavra-gesto, a palavra-atitude. Pois palavra, no sentido de reflexo do pensamento humano, não se representa apenas por vocábulos. Nosso olhar diz muito e o não-olhar, muito mais ainda; nossos gestos e ações atingem fundo, nossos não-gestos e nossa inação transpassam.

Hoje, o nosso pobre mundo precisa muito mais do que palavras. Precisamos das boas ações, dos bons gestos, da gentileza, do olhar caridoso, da mão estendida sem contrapartida. E os recentes acontecimentos na Líbia e no Japão nos trazem a verdadeira dimensão disso tudo, e, nos ajudam, verdadeiramente, a apreender o que queremos transmitir aqui com essa mensagem, este simples ajuntamento de vocábulos. Na Líbia, bastaria o bloqueio aéreo para que os rebeldes tivessem alguma chance contra Kadafi, mas a pergunta é: a troco de quê os EUA e a União Européia iriam gastar seus recursos, como combustível de suas aeronaves, para impor o bloqueio? Pois o bloqueio aéreo, puro e simples, não lhes daria a oportunidade de ocupar os campos de petróleo líbios, como fizeram no Iraque. É o simples não-gesto por falta de interesse econômico. No Japão, ocorre a mesma coisa, pois os navios americanos e europeus ficam a distância segura, aguardando o quê? Apenas usam a radioatividade novamente e aguardam que os japoneses caiam de joelhos outra vez, como fizeram na segunda grande guerra com as bombas de Hiroshima e Nagasaki, para impor seus interesses econômicos. Simples assim.

Notem, as ações desses países quase nunca têm sentido humanitário. E no Brasil, o Cristo Redentor aguarda Barack Obama de braços abertos para escutá-lo e vê-lo, neste fim de semana. Ainda bem, para Barack, que Jesus
tem o dom divino do perdão, pois nós, e-leitores (eleitores, leitores e internautas) brasileiros, já estamos calejados com palavras do tipo que proferirá o representante ianque. É pena que o avanço produzido com a
chegada de um negro ao poder nos Estados Unidos esteja sendo manchado com o branco do colarinho "Giorgio Armani".
De minha parte, neste meu fim-de-semana, preferirei as palavras do saudoso Pe Léo, registradas para a posteridade em DVDs que comprei através do sítio da Canção Nova na rede mundial de computadores
http://shopping.cancaonova.com .

Adamastor Martins de Oliveira – cidadão de Mato Grosso
[email protected]

 

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