O sentimento da classe empresarial mato-grossense em relação ao momento econômico neste semestre é o reflexo do que a mesma viveu nos primeiros seis meses do ano. Ou seja, o futuro é construído dentro da realidade de mercado. Quando se está na crise, ou se vislumbra um processo de crise, o pessimismo geralmente dá lugar ao otimismo.
Nesta semana, o levantamento conjuntural, referente às expectativas empresariais do segundo semestre de 2009, elaborado pelo Departamento de Pesquisas Econômicas da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Mato Grosso (Fecomércio/MT), legitima o que estou dizendo, afinal revela um elevado grau de otimismo. Para que se tenha uma ideia, no que se referem aos crescimentos do país e de Mato Grosso, os percentuais das respostas positivas tiveram uma média de 30% de elevação.
Todos devem se lembrar, mesmo porque é muito recente, como se encontrava o mercado no início deste ano. Diante da possibilidade da crise internacional afetar a nossa economia, o clima entre os empresários do comércio e serviços era de muita cautela. Os reflexos puderam ser sentidos na pesquisa de expectativas da Fecomércio/MT, relativa ao primeiro semestre, quando foi registrado que caíram os percentuais dos que acreditavam em crescimento, tanto do Brasil, quanto de Mato Grosso, praticamente nos mesmos índices de 30%, só que no inverso da situação. Ou seja, de 81% dos que estavam otimistas em relação ao país no segundo semestre de 2008, o pessimismo puxou para 51%. O mesmo aconteceu no estado, de 86%, com a redução foi para 55%. Se for analisado na comparativa dos percentuais, outros quesitos da pesquisa de expectativas da classe empresarial mato-grossense, pode se verificar que se mantém tal reflexo no sentimento dos empresários.
O mercado de trabalho ficou com percentual positivo elevado, na ordem de 10% acima do registrado no levantamento do início do ano. Na manutenção da estabilidade econômica, por exemplo, no segundo semestre de 2008 o percentual positivo era de 85%%, aliás, índice que praticamente vinha se mantendo desde o segundo semestre de 2006. Na pesquisa do início do ano, o grau de otimismo neste item, caiu para 69% e está se erguendo no segundo semestre, com 76%, já que a crise internacional tão temida, praticamente não chegou ao estado. Em síntese, nosso mercado está estável e a tendência é de se manter elevada as boas expectativas. Para se ter uma idéia, 90% dos entrevistados não acreditam que a inflação passará de 6% neste ano, sendo que mais da metade destes são da opinião que a mesma ficará de 0 a 3%.
Outros fatores positivos estão na esteira do crescimento mato-grossense, a exemplo de novas plantas comerciais e novos empreendedores apostando no estado. Vale citar ainda como fator positivo do progresso o bom desempenho das nossas exportações, sendo que Mato Grosso foi o único estado que manteve o processo de crescimento, saiu da 11º lugar do ranking para a 5ª colocação.
Embora não fosse apresentado na pesquisa, também vale citar a elevação das vendas no primeiro semestre. O crescimento foi de 8%, tomando-se por base o mesmo período de 2008. Poucos estados tem este privilégio. O Dia dos Pais também terá um reflexo positivo para o segundo semestre, pois as vendas devem crescer neste mês 2%. Vamos, portanto, continuar a acreditar no desenvolvimento mato-grossense e aproveitar para crescer com o estado. Otimismo avante!
Pedro Nadaf é secretário de Estado de Indústria, Comércio, Minas e Energia e presidente do Sistema Fecomércio/Sesc/Senac-MT. E-mail: [email protected]