A Operação Ararath V, da Polícia Federal, vem provocando grandes estragos no cenário político de Mato Grosso, ou diria melhor, chovendo verdades e desmascarando um imenso esquema de recursos financeiros, em especial para uso político.
É grave, pois vemos uma Copa de discursos e pedidos de desculpas, enquanto a população padece de hospitais, escolas, creches, estradas e de segurança pública. Vemos obras como VLT, em Cuiabá, que agora já são prorrogadas para o próximo governo concluir, sem saber, quem ao menos será o próximo governo.
Na gigante Sinop, quarta maior economia do Estado, o cenário por sua força trabalhadora é fenomenal. Entretanto, o quadro político sofre de lesões terríveis e a operação da Polícia Federal veio a potencializar suspeitas.
A população de nossa cidade acordou com o depoimento bombástico do operador financeiro do sistema revelado pela Ararath, Jr. Mendonça, beneficiado com o recurso de delação premiada. Em seu depoimento/denúncia, Mendonça afirma que o prefeito de Sinop, Juarez Costa, comprou uma sentença no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) para não ser cassado por corrupção eleitoral em 2009. Disse mais, que o dinheiro teria sido entregue ao então presidente, desembargador Evandro Stábile.
Pasme: R$ 500 mil reais é o valor do pagamento de Costa ao desembargador. O fato provoca repulsa e comprova o que foi sentenciado de forma justa e cristalina no dezembro de 2008:que o prefeito eleito teve seu mandado cassado, por abuso de poder político e compra de votos com vale-combustíveis, que continham nos versos a sigla ADM ASSLG.
Meu questionamento hoje não é simplesmente saber como o atual prefeito viabilizou os R$ 500 mil de empréstimo usados na compra da sentença. Tampouco como ele pagou os juros de cerca de R$ 15 mil por mês, tendo um salário de R$ 9 mil na época?
É bem mais grave. Estamos diante de um cenário absurdo em que o agente político eleito foi julgado e sentenciado e, por força do uso de recursos financeiros, reverteu à decisão. Hoje, em 2014, o crime volta às manchetes e precisamos tomar providencias.
Ora ao que tudo indica – dados os indícios e o depoimento oficial do delator – o fato é que o atual prefeito de Sinop usou de meios ilícitos para se manter no poder… Precisa responder por estes atos e diante disso ter a devida punição.
Não, não e não!Não podemos aceitar esta situação por que foi há cinco anos. Tanta sujeira vem influenciando nossas vidas desde então e somente agora vem à tona. Estamos diante de um colapso dos governos: faltam viaturas, creches, estradas, escolas, cirurgias e tudo mais. Saibam: isso são as consequências de gestão.
Sim, sim e sim! Podemos fazer diferente e transformar nossa indignação em ação cobrando providências. Buscando na memória e fazendo valer a função de cada um.
Enquanto vereador exercerei novamente minha função constitucional, moral e cidadã: a de buscar a fundo a devida punição deste escândalo que atinge o setor político no coração.
Mas O POVO É QUEM PODE acender raios de luz e motivar as novas gerações a entrarem no processo de construção de uma comunidade melhor e com punição dos crimes que são cometidos e provados contra agentes políticos.
Deixaremos mais esse absurdo cair no esquecimento ou começaremos no mínimo, uma ação de repúdio contra a corrupção e exigir que nossa cidade que por si só se desenvolve, não continue a ser vítima de terríveis fatos como estes.
Fernando Assunção, vereador pelo PSDB em Sinop