Na semana passada, no artigo "Ontem e hoje – Parte 1" terminei dizendo que matemática bem planejada não é milagre, destacando o quanto a riqueza de Mato Grosso tem crescido vertiginosamente, em relação aos outros estados brasileiros. Para isso ter acontecido foi preciso muito trabalho, seriedade e comprometido, com estratégia que envolve um grande programa. Isso passa, também, pela sua infraestrutura, pavimentação, recuperação de estradas, estratégias logísticas multimodais, programas de produção e distribuição de energia, construção de moradias, melhorias estruturais em nível urbano, e por programas de créditos em linhas especiais.
Para se ter uma ideia foram investidos, por meio de financiamento somente do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO), cujo objetivo é contribuir para o desenvolvimento econômico e social da Região Centro-Oeste, no período de sete anos, mais de R$ 1,5 bilhão para mais de 8 mil empreendimentos dos 141 municípios do Estado, enquadrados em pequenas, médias e grandes empresas. Foram desenvolvidos programas de capacitação e qualificação de mão de obra para mais de 70 mil trabalhadores.
Com essas ações citadas neste e no artigo anterior, além de dezenas de outras ações estratégicas, Mato Grosso tornou-se destaque no Brasil em nível internacional, ocupando uma posição de relevância no cenário nacional, sendo responsável por 21% da produção de grãos, além de estar entre poucos estados a conseguir exportar para cerca de 160 países dos 200 para os quais nosso País exporta.
Se olharmos as fotos do setor industrial de Mato Grosso de 8 anos atrás, verificaremos uma transformação indiscutível e incontestável. Se você receber uma foto do Distrito Industrial de Cuiabá tirada há 7 anos, cuidado para não levar um choque, pela surpresa. Afinal, verá que mal haviam de uma a duas ruas pavimentadas. Hoje, 100% das vias, das áreas ocupadas, estão pavimentadas e com infraestrutura. Isso é pouco diante das centenas de grandes empreendimentos industriais instalados em todos os quadrantes do Estado, mas é relevante.
Vou dar um único exemplo para dimensionar o que estou falando: há um projeto de investimentos de milhões de reais, em Primavera do Leste, que já está produzindo, mas quando concluído o empreendimento irá produzir quatro milhões de ovos por dia, hoje já se produz dois milhões. Parte da produção já é exportada dentre outros países, para Dubai. Se isso te surpreende, vale agregar valor também para a tua surpresa, a indústria trará tecnologia inovadora para produzir ovo em pó. Assim é o ontem e o hoje deste Estado, que diferente do passado,existe futuro e presente, pois há alguns anos o futuro demorava para acontecer, pois a gente dormia, acordava e as coisas não mudavam. Na atualidade, em apenas algumas horas, ocorrem as mudanças.
Infelizmente, como as pessoas têm memória curta em relação ao atraso que este Estado tinha e as dificuldades que enfrentávamos nas estradas, há poucos anos tem uma canção que diz "só se enxerga o céu estando no inferno". As coisas melhoraram e se esquecem rápido do inferno, nem lembram dele.
Discutem tanto e questionam tanto o incentivo fiscal que ajudou a agregar riqueza e emprego para Mato Grosso, que eu não hesito em perguntar: a política de apoiar a instalação de empresas aqui em Mato Grosso sem dar um centavo de real dos cofres públicos, apenas abrindo mão de um imposto que não existia é um erro? Tornar Mato Grosso invejado pelos outros estados foi um erro? Não vamos nos esquecer do exemplo do limão. Que era apenas um limão vendido na feira, e quando teve valor agregado tornou-se um produto importante para a geração de riquezas. Virou refrigerante, doce, licor, chá, etc…
Pedro Nadaf é secretário de Estado de Indústria, Comércio, Minas e Energia e presidente do Sistema Fecomércio/Sesc/Senac-MT