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O tempo é de educar – 1

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Na semana passada participei de um encontro muito reservado onde estiveram presentes profissionais liberais, dois jornalistas, vários professores do ensino médio e universitário, alguns funcionários públicos, dois ex-vereadores de Cuiabá, um ex-deputado estadual e três empresários. O encontro foi pra conversar sobre Mato Grosso, o Brasil e os dias atuais. No ar, pesadas preocupações com a política e com a economia.

Porém, a perspectiva de futuro foi o tema mais assustador. Depois de analisada a economia na sua enorme falta de horizontes de curto prazo, deu-se 2016 como um ano perdido. A política também foi dada como perdida na medida em que nos próximos anos não serão feitas quaisquer reformas pra mudar o modelo que está aí. Esse modelo elege e des-elege pessoas que não se ligam a partidos. Os partidos são por princípio o útero que liga os políticos eleitos com a ética, com princípios sociais, com estratégias coletivas e públicas e são o controle de qualidade de quem exerce mandatos. Sem partidos, cada um governa a si mesmo como quer e nos desgoverna.

Concluído que a economia irá mal pelos próximos três anos, a política por tempo indeterminado, resta pensar que a sociedade precisa agir e buscar os seus próprios caminhos. Um deles seria a educação. O Brasil fez um esforço enorme nessas últimas décadas pra destruir a educação, num projeto bem pensado que incluiu incompetência e má-fé. Na incompetência, o corporativismo profissional dos professores, supostamente politizados. Na má-fé a ideologia da esquerda que formou nas universidades pessoas com desamor pelo empreendedorismo e pelo trabalho. Nas escolas fundamental e média, o desamor pelo trabalho e ódios raciais e sociais.Tudo isso diante dos nossos olhos complacentes que não reagiram e aceitaram nossos filhos serem deseducados pela escola que nós pagamos com dinheiro ou com impostos.

Na economia, o futuro de todas as produções será pelo uso da tecnologia. Mas nossos alunos semi-alfabetizados não compreendem sistemas e nem a sistemática do trabalho como uma norma social legítima. O ideal é trabalhar pro Estado ou viver à sombra dele. Como lidar com produção baseada em tecnologias, com gente incapaz de pensar e de inovar. Inovar é uma condição fundamental pra rever e reconstruir modelos que mudam e mudarão em ciclos de tempo cada vez menores.
Não haverá outro caminho que não seja pela educação. Não por essa molecagem chamada de "pátria educadora", que não passou de um slogan político.

O assunto continua amanhã.

Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso

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