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O que falta para o Brasil decolar?

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Quem leu o título pensou logo de cara que este seria mais um artigo sobre economia ou política, mas não, hoje vamos falar de ciência e tecnologia. Um assunto que muitas vezes é ignorado pelos governantes, não sendo tratado com seriedade na distribuição de recursos ou mesmo na formulação de políticas estratégicas.

Em outros casos, os nossos representantes confundem ensino com pesquisa. Embora ambos devam fazer parte das universidades, formando o tripé educacional junto à extensão universitária. O ensino é responsabilidade do Ministério da Educação e das Secretarias de Educação nos estados e municípios, enquanto a pesquisa (formação de novos conhecimentos) é financiada pelo Ministério de Ciência e Tecnologia, pelos órgãos de amparo e Secretarias Estudais. Os Institutos Nacionais e a iniciativa privada também possuem um importante papel no desenvolvimento do conhecimento, pois parte dos recursos provém deles.

Nos últimos dias, notícias de atrasos no pagamento de bolsas de mestrandos e doutorandos no Brasil, e no exterior, tomaram a mídia. Esse é um assunto muito sério e que merece a análise de toda a sociedade. O desenvolvimento científico tem uma relação direta com a soberania de um país e com a qualidade e perceptiva de futuro de toda a sua população. Além disso, uma política de pesquisa bem construída contribuí muito para a economia. Por este aspecto, devemos lembrar que um computador, por exemplo, vale muito mais do que algumas toneladas de alguns produtos primários.

No ano passado saiu na mídia à notícia que o Brasil finalmente teria seu próprio satélite de comunicação, o primeiro a ser controlado 100% pelo nosso país. A noticia parece boa, e por um lado é, garante segurança na transmissão de informação e melhora a velocidade da internet. Isso mesmo nossa internet ficará mais rápida nas regiões mais remotas a partir de 2016 graças a esse satélite. Agora quanto isso irá custar? Somente o Ministério da Defesa pagou R$ 489 milhões – o que equivale a 22% do custo total do satélite que é de mais de 2.2 Bilhões.

O valor não é nada pequeno, não é? O Brasil não domina às tecnologias espaciais, nunca conseguiu lançar um satélite e por isso é dependente de outras nações. E agora vamos dar um exemplo de como outros países de terceiro mundo estão tratando este tema.

Do outro lado do mundo, na Índia, se confirmou nesta semana que esta em orbita no planeta velho, uma sonda espacial construída para estudar Marte. Agora adivinhem o valor? R$ 178 milhões de reais. Isso mesmo, enquanto nós nem mesmo conseguimos lançar um satélite e pagamos uma grana para comprar o lançamento de um, na Índia eles lançariam umas 11 sondas a Marte com o mesmo valor, isso por que lá a ciência e o desenvolvimento científico estão sendo valorizados, assim como na China, que conseguiu lançar o homem ao espaço.

            Vamos a um exemplo mais simples da importância do desenvolvimento científico de um país e do impacto na vida das pessoas. Quem se lembra de um vídeo que circulou nas redes sociais, que mostrava um prédio de 15 andares sendo construído na China em 15 dias? Isso é tecnologia, e para quem viveu e ainda vive o drama das obras da copa, seria um sonho ver este ritmo acelerado aqui no Brasil. Já pensou nisso?

Por isso, digo que é preciso que o desenvolvimento científico seja levado a sério no nosso país!

Caiubi Kuhn, Geólogo, Mestre em Geociências, Diretor de Políticas Educacionais da Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG) e Conselheiro-suplente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA-MT).
[email protected]  

 

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