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O que é mais difícil nessas eleições: ser candidato ou ser eleitor

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Ser candidato numa conjuntura onde a opinião pública e a sociedade em geral olham com desconfiança (e com razão), sejam eles de qualquer partido, pois os escândalos envolvendo o congresso foram muitos nos últimos anos. Só no dos “Sanguessugas”, inicialmente, estão envolvidos cerca de 15 % dos parlamentares e de praticamente todos os partidos com representação. Vai desde o Senado, a Câmara de Deputados e abrange inclusive muitas prefeituras.
É injusto qualificar de corruptos todos que dispõem de uma parcela de poder. Mas não há dúvida de que o poder transtorna, em qualquer escala: chefes, gerentes, diretores, políticos. Torna a pessoa apegada aos prazeres e as facilidades oferecidas a quem ocupa posição de destaque.
Para muitos, o poder é a suprema ambição. É a perversa maneira de se comparar a Deus.
Há homens que, fora do poder, sentem-se terrivelmente humilhados, expulsos do Olimpo dos deuses. Caem em depressão e, passada a ressaca, voltam a disputa pelo espaço de poder com mais garra e menos escrúpulos.
Como é difícil, para quem já experimentou o poder, voltar a ser o que era! Getúlio Vargas preferiu meter uma bala no coração a ver-se destituído do poder.
Em quem acreditar? Em quem votar?
Sabemos que acreditar é preciso, assim como sonhar e planejar dias melhores. Mesmo o cidadão pouco informado já entende que não se pode viver a margem da realidade política. Nossos planos, bem como a realização de pelo menos parte de nossos sonhos, estão nas mãos daqueles que se encontram no poder, seja no Palácio da Alvorada, na Câmara Federal ou no Senado. E, só estão lá por terem sido eleitos pela maioria de cidadãos e cidadãs de bem do nosso país. Aos olhos do comum dos mortais, “aquelas” autoridades possuem a chave da felicidade alheia. Eles tem o poder de propor e aprovar projetos, liberar verbas, autorizar obras, permitir viagens, distribuir cargos, promover pessoas, conceder bolsas.
As políticas nas áreas da educação, saúde, segurança, economia, desenvolvimento, geração de renda e emprego, aumento ou redução de impostos, previdências, salário mínimo e tantas outras, são decididas nestas instâncias e regem, mesmo que a nossa revelia, as nossas vidas e os nossos destinos aqui na terra.
Procurar conhecer a história da pessoa, sua vida familiar, social e profissional. Quem das minhas relações conhece essa (esse) candidato? Prestar atenção nas suas falas. Observar se a sua postura é natural ou artificial. E o seu olhar? Inspira confiança e autenticidade?
Ou seja, busquemos nos informar e contemos também com a nossa intuição e impressão. A margem de segurança é média. Certeza? Difícil. É uma aposta.

Beatriz Girardi é jornalista, formada na Universidade do Vale do Rio dos Sinos, no Rio Grande do Sul. Atualmente é repórter do jornal Mato Grosso Popular e do jornal Integração Policial. Contato: [email protected]

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