Ontem às 16h, encerrei meu expediente e na companhia do meu filho Raphael e de colegas promotores e procuradores de Justiça, além de muitos outros que também estavam lá em meio a imensa multidão. Encontramos nossos servidores, estagiários, e o melhor, encontramos um povo feliz, pacífico, ordeiro, maduro e em paz.
Todos com cartazes, bonés, camisetas, faixas, bandeiras e sonhos. Ninguém estava sozinho, levavam consigo frases, dizeres, olhares, palavras e esperanças. Crianças, jovens, adultos, idosos e deficientes desfilavam entregando flores brancas, um símbolo de amizade, liberdade e paz.
A cidade unida e sem confronto, mais de 40 mil pessoas pediam dignidade, transparência, saúde, educação, transporte, probidade pública e não a PEC-37.
Não havia líderes, porque as pessoas nas suas diferenças de reivindicar eram iguais ao pedirem MORALIDADE e RESPEITO com a “coisa pública”, não precisavam de comando, pois tinham consciência daquilo que estavam expressando.
Ontem me senti um menino num corpo de 50 anos e percebi que se a PEC-37 for realmente rejeitada deve-se muito e muito a esse movimento, a crença que a sociedade tem em nós e na esperança de juntos mudarmos este País.
Parabéns a todos que direta ou indiretamente estiveram na praça, nas ruas e na caminhada. E obrigado a Deus por tudo ter ocorrido em paz.
Paulo Roberto Jorge do Prado – procurador geral da Justiça