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O enredo que a historia não muda

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É de conhecimento de todos que a família é o berço da sociedade: nascemos, crescemos, tornamo-nos adultos, encontramos alguém e casamos. O próximo capítulo nada mais é do que a repetição do anterior e assim sucessivamente. Mas, nos percursos ou fases da vida, os conselhos e ensinamentos dos pais para com os filhos são rigorosamente semelhantes: praticar o bem, ser coeso nas ações disciplinares dentro e fora de casa, ser honesto, estudioso, ter espírito de liderança sem perder a dignidade ou a perseverança dos seus ideais e, sobretudo, defender a família com competência.

No decorrer dos anos, entretanto, as ambições surgem e parecem entrar em choque com os princípios éticos os quais nos foram passados: egoísmo, busca pelo poder, seja por meio da formação de um grupo capaz de burlar quaisquer trâmites legais que a burocracia autentica, seja pela conveniência das oportunidades indecorosas e até forçadas. É nesse momento, que entra em cena, como exemplo de complementação educacional da família, o respeito, não somente para com o próximo, mas para si mesmo, os ensinamentos militares das forças armadas: patriotismo e civismo como o melhor tempero para prática da cidadania. Pensar em cidadania, todavia, é pensar na obediência às leis elaboradas pelos políticos.

Aí é que o bicho pega: o filme que assistimos hoje, não reflete o enredo que a historia conta. Em razão dos últimos acontecimentos vistos e ouvidos país afora, é possível chegar à conclusão de que boa parte dos políticos não sabe o que significa civismo. Ou seja, não conheceram a importância dos ensinamentos do serviço militar e, portanto, em torno de si gira a face podre da lei do Gerson que diz “eu quero é levar vantagem”. Cidadania para esses políticos, por exemplo, só é semeado ao povo quando lhes é cobrado o cumprimento do voto nas eleições.

Vale dizer que político dessa esfinge nunca foi, ou é alguém de vergonha ou de caráter. É, na verdade, crápula que usa carapuças sempre que precisa subir em um palanque para discursar enganosos compromissos para a sociedade. Uma vez eleito, seu salário é aumentado à revelia e elevam-se seus benefícios ao extremo, sem se preocupar com o comprometimento orçamentário para execução de políticas públicas sustentáveis. São tantos decoros que a vergonha se envergonha de lembrar.

Não obstante, quando a responsabilidade responde pelo bom senso, e certos líderes deixam de ser egoístas e escandalosos em suas diversas ações, quem mais agradece é o país, pois tem como pano de fundo, o uso correto da prática cívica e patriótica. Por essa, e somente essa perspectiva, é que o Brasil poderá considerar-se orgulhoso de seus filhos que, em grande estilo, saberá cantar, em tom maior, o hino nacional e, por fim, honrar com dignidade, as cores verde, azul e amarela de nossa bandeira.
Vamos libertar o Brasil dos falsos políticos, dos aproveitadores, oportunistas, egoístas, esbravejando um “Viva a República”, neste 7 de Setembro.

Gilson Nunes é jornalista em Cuiabá
[email protected]

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