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O calapso agrícola continua

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A palavra é forte, colapso, porem adequada a situação da agricultura brasileira. Fez-se um pouco de barulho, procuraram algumas soluções, todas inócuas, pois alem de serem fantasiosas, como a negociação com os fornecedores, são de difícil execução pela atual situação de inadimplência do produtor. Inadimplência causada, diga-se, pelo descaso com o setor.

O produtor concentrou-se em plantar, fazer o melhor possível dentro da propriedade, deixou um pouco de lado o financeiro, até porque, mal conseguiria viver, com tantos problemas, imagine administrar um plantio complicado, como vem sendo ultimamente, em virtude do clima das pragas e doenças novas, como a ferrugem, a mosca branca…
O termo popular ?empurrar com a barriga? é perfeito para a situação atual. Transferiu-se para 2006 a bolha que vem aumentando, e deverá explodir em breve, pois é muito frágil, e não suporta mais a indiferença do setor publico e o ?faz de conta? do setor privado.
O governo federal trata o delicado momento com total desdém. Não dando a atenção que um setor que movimenta mais de um terço do PIB, exige e merece. Por outro lado a empresário fornecedor do agricultor, entenda-se revenda, em situação tão o mais difícil, nas mãos das multinacionais, esta simplesmente sonhando que o produtor poderá honrar com compromissos assumidos da safra anterior a juros absurdos.
Não existe milagre, a matemática é cruel neste sentido, 2 + 2 continua sendo 4, com esta rentabilidade, como pagar a conta da atual safra? Imagine da anterior, acrescida das ?malucas? taxa de juros.

Quando se ouvia um produtor responder a pergunta. Como foi a colheita? Com a orgulhosa resposta. ?paguei as contas. Todos sorriam, entendendo a satisfação de ter cumprido os compromissos.
Por mais que se queira, falar o contrario, o produtor não é ?nó cego?, sempre quis pagar o que deve, porem sempre estoura em suas mãos esses planos mirabolantes, como o atual, do Lula e sua ?turma?.
O que mais me preocupa é a nova geração de agricultores que vendo tudo isso, certamente, pensarão duas vezes em ficar na atividade, e ai, pobre Brasil, pois uma das maiores riquezas, que possuímos é este espírito do produtor de, mesmo com toda a adversidade, continuar plantado.

José Maria Sobrinho é agricultor em Sorriso e escreveu este artigo para Só Notícias

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