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O ‘Caixa 2’ é um crime contra a democracia

Wilson Carlos Soares Fuáh
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Todos os recursos que não passaram pela Conta Corrente aberta pelo candidato após as convenções, passa a ter a origem duvidosa, e recebe a clássica denominação de “Caixa 2”, que é na verdade, um crime eleitoral, pelo uso de recursos sem origem, destinado ao financiamento de campanha de modo irregular e criminoso.

Esses recursos financiam despesas de campanhas e por ser irregular desequilibram o resultado final que aponta os eleitos, e por vezes pode até ser abastecido através de lavagem de dinheiro, que podem ter a sua origem no tráfego ou outras atividades criminosas dentro das ações do submundo das licitações em órgãos públicos, a exemplo do que ocorreu com o mensalão e sangue suga.

Toda a despesa das campanhas eleitorais, a exemplo das moedas, tem dois lados: a contabilidade legal e a ilegal. Tendo de um lado o realismo do registro contábil em Conta Corrente que registra todas as entradas e saídas de recursos e que forma a base para a elaboração da Prestação de Contas, mas por outro lado, está a hipocrisia do não registro, por ser volume em espécie, e passados de mão em mão,  vindo de muito lados e por ser em espécie, não são declarados.

Não é fácil pegar em flagrante os transportadores de numerários, pois é um crime financeiro organizado,  por ser um sistema organizado, influencia nos resultados das eleições, e por não ter registro, transitam livremente em todas as esferas do mundo obscuro do sistema eleitoral.

Na verdade os recursos oriundos do “Caixa 2”, é um crime conhecido como lavagem de dinheiro sujo, se fosse fácil localizar e pegar os manipuladores, poucos candidatos e pouquíssimos partidos escapariam da Justiça Eleitoral, mas como esses recursos não estão registrado nas Contas Correntes e nas Prestações de Contas do candidatos, o caminho da fiscalização só tem uma saída, que é desenvolver as investigações sobre aqueles que abusam do poder econômico com campanhas milionárias, que são crimes explícitos a olhos nus.

As regras legais só existem para aqueles que usam somente recursos em que se sabe a origem e vindo de doações oficiais. Ser eleito neste país envolve muitos recursos financeiros, e o povo fica sem entender, como é que possível gastar milhões para o Candidato representar o povo pobre que não tem saúde, não tem Segurança Pública e que não tem Escola Pública de qualidade, essa é única matemática inexata e abusiva.
Mas, a garante a eleição de candidatos financiados pelo crime de lavagem de dinheiro sujo, e que no futuro,  os criminosos exigem o retorno, pois nada vem de graça quando se trata do mundo do crime organizado, e esses parceiros são perigosos e não perdoam, pois são membros de facções criminosas que tem as suas atividades do Tráfego de Drogas e Armas, ou mesmo dos poderosos grupos econômicos, é por isso, que o uso desses recursos, desequilibra o sentido democrático das eleições.

Todos os Partidos e todos os candidatos quando se fala no assunto “Caixa 2” , seguem pelos discursos, que veem carregados de moralismos, mas na hora de usar os recursos sujos, os partidos preferem seguir pelo caminho da informalidade desses valores recebidos em espécie, que não são declarados e que se transformam numa espécie de crime não tipificado, e assim segue o jogo.

Fica a pergunta: de onde vem toda essa “grana” não declarada?
A grande verdade é que o Caixa 2, é caracterizado pelo não registro da entrada e saída de recursos na Conta Corrente e na Prestação de Contas dos candidatos, por isso, a Justiça Eleitoral, julga pela não aprovação das Prestações de Contas e condena o candidato a perda do mandato e ficando inelegível por 8 anos, e esse afastamento, produzirá o efeito ostracismo, que é o fim da carreira política daqueles que usam o “Caixa 2” para se eleger de modo irregular e de forma criminosa.

Wilson Carlos Soares Fuáh – especialista em recursos humanos e relações sociais e políticas em Mato Grosso
[email protected]

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