E aí Pedro morreu!
Foi o que disse João ao terminar a notícia. Nem precisou encerrar a frase, as pessoas já estavam com os olhos lacrimejantes, chorando, profundamente emocionados. Por que todos choraram? Qual o mistério atrás do banho de lágrimas que surgiu naquele instante.
Você não conseguiria entender se não conhecesse Pedro.
Essa empatia não iniciou ali. Quem era Pedro? É o que vem antes que produz a emoção!
É saber quem ele era. Que emoção haveria se Pedro não fosse aquele homem do bem, que ajudava a todos, que repartia seu lanche com o vizinho, que passava fome para ceder sua parte do almoço para o colega de trabalho.
Éh! Pedro era panacão. Bobão! Sempre perdia, e não fazia questão de sair bem no sorteio de quem ia ganhar mais dinheiro ou ficar de férias no período preferido. Sempre ficava quieto quando o espertalhão não o deixava falar. Amava a todos e tratava cada pessoa como a mais especial do mundo. Cedia sempre o seu lugar porque pensava que suas necessidades eram menos importante que a dos outros.
Por que todos ficaram tão emocionados e lamentaram profundamente quando ouviram a notícia de que Pedro morreu? Porque todos sabiam quem era Pedro! Era um homem querido e verdadeiro. Era companheiro e dedicado. Era despido de vaidade e nunca falou de “berço” deste ou daquele, porque acreditava que o ser humano, independente de berço de ouro, pode ter vida dourada, bastando que tenha a humildade daqueles que conseguem enxergar o futuro e saber o pouco tempo que tem para fazer tantas coisas importantes e, por isso, deve aproveitar para escolher os valores que realmente importam, pois não há minuto para perder com as coisas fúteis e mesquinhas.
Enfim, a ausência de Pedro vai fazer muita falta, porque era especial. Morreu! Não pensou em vida que ia deixar tanta saudade, mas deixou. Sua morte não emocionou porque morreu, mas porque foi ao exício o Pedro, o bom Pedro.
Não são todos que ao morrerem deixam olhares lacrimejantes e almas sentindo que houve uma perda que por muito tempo nos deixará vazio. Só os Pedros ao morrerem deixam a gente assim.