Em um dia destes, em conversa informal num ponto qualquer da cidade, entabulei um papo com o falecido Paulo Ronan. Figura histórica do PDSB, pessoa que convivi em dois momentos emblemáticos da vida. Conversávamos sobre a crise no governo do PT, disse a ele que o PSDB estava no caminho errado, em querer o impeachment da Dilma a todo custo.
Configurei o governo da Presidente na época, como cheio de trapalhadas e arrogâncias que no meu ponto de vista, cairia sozinho, sem o movimento posteriormente criado e liderado pelo PSDB.
Avaliei com ele, que o PSDB ganharia muito mais e, ganharia com legitimidade as próximas eleições. Não sei se ele me levou a sério, pois nunca mais nos encontramos e a realidade caminhou no sentido contrário. O Impedimento está em curso, mas as mazelas do PSDB também vieram à tona, no mesmo barco dos afogados petistas.
Fala-se muito em reeducandos ao se referir a pessoas condenadas pela justiça, no entanto o termo cabe muito bem para analisarmos o quadro geral dos políticos da nação brasileira. De mamando a caducando não sobra um que não tenha lesado os cofres públicos ao entrarem na política com o fim último de obter lucros espúrios. Há uma cultura da locupletagem como algo normal, natural, que não muda. Reeducar nossos políticos, é algo mais que urgente, está no cerne da discussão atual sobre mudanças no Brasil.
Como disse Cazuza: “nossos heróis morreram de overdose”. Sim, grandes doses de roubos desenfreados aos cofres públicos. Amparados por um judiciário que prende com toda força o ladrão de galinha e leva anos para, as vezes prender o rico político ladrão. Ultimamente também vejo uma série de processos destes últimos, sendo arquivados por decurso de prazo.
Hoje, o olho do furacão está em Temer, configuração perfeita da oposição. A espada de Dâmocles pende sobre sua cabeça. O fio que prende seus atos é tênue e logo a Lâmina cairá sobre sua cabeça e junto com ele, seus auxiliares.
Insiste o Presidente interino em se apegar no resultado de um Congresso com mais de 300 picaretas com anel de Doutor, todos enlameados com esta ou aquela ação da Polícia Federal, ou outra qualquer da Justiça.
A música de Bezerra da Silva, espelha muito bem nossos representantes. Se gritar pega ladrão, não fica um meu irmão.
A parábola do bode na sala, espelha bem a situação. Retirá-lo não mudará a situação, mas sim dará continuidade ao que está posto, uma forma de fazer política com dinheiro sujo e práticas nada republicanas.
Pedro Felix escreve em Cuiabá