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Nafta uma parceria estratégica

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O Presidente  OBAMA está viajando nesta quarta feira,19  de fevereiro de 2014, para  um encontro com o Presidente do México, Enrique Pena Neto  e o Primeiro  Ministro do  Canadá, Stephen Harper, na cidade de Toluca, para as comemoracões dos 20 anos do Tratado de livre comérco da América do Norte, em ingles NAFTA . Neste  encontro serão discutidos  vários aspectos do tratado e as ações que podem ser realizadas a partir de agora para fortalecer este bloco econômico e ampliar a participação do mesmo e dos países participantes no comércio internacional e outras áreas da política  internacional.

Mesmo em meio `a crise que afetou profundamente a economia  dos EUA e em menor  grau o Canadá e México, o NAFTA tem um peso significativo no contexto econômico, politico e estratégico mundial. Com 470 milhões de habitantes, um PIB de 19,2 trilhões de dólares em 2012; com um PIB per capita de 38 mil dólares, índice de desemprego considerado baixo, na ordem de 6,3% e um índice de crescimento do PIB  de 2,7% ao ano em 2013 quando considerado como um bloco percebe-se que seu peso econômico e estratégico é fundamental.

O NAFTA em 2012 foi responável por 17,6% das importações mundiais, enquanto o Brasil teve participação de apenas 1,3%.  Nas exportações sua participação foi de 13,2% e o Brasil 1,4%, demonstram também  a importância desses tres países para o comércio  internacional da América do Sul e Caribe. Os principais temas que serão debatidos neste encontro são os seguintes a) questão das imigrações, principalmente do  México em direção aos EUA e em menor escala para o Canadá. Os mexicanos e seus descendentes  formam o maior contingente demográfico estrangeiro nos EUA e a participação econômica,política e social dos mesmos tem  aumentado de forma significativa nas últimas décadas.A questão dos imigrantes ilegais, principalmente mexicanos ou que entram nos EUA via fronteira com oMéxico é um tema muito importante na atualidade Americana.
Outro  tema é a redução de tarifas e aumento da competividade econômica  como forma de ampliar a inserção do bloco no contexto internacional e fazer frente `a competição com os produtos oriundos da China e outros países  asiáticos.
Todavia, o tema de  maior significado é a questão energética.Tanto o México, quanto os EUA e Canadá são grandes produtores e também consumidores de energia. Os EUA importam em torno de 80% da energia que consomem, mas com o desenvolvimento das pesquisas e exploração do xisto e aproveitamento das jazidas de petróleo Alasca e do Golfo do México poderão se tornar exportadores  de energia dentro de poucos anos,talvez por  volta de 2020. Este fator aliado ao  desenvolvimento da indústria de produção de enegia, inclusive de fontes alternativas  como  eólica, solar e de bio-massas tanto no México,nos EUA quanto no Canadá representarão uma vantagem  comparativa e competitiva muito importante. Esta pode ser a alavanca de um novo ciclo de progresso,crescimento econômico e transformações tecnológicas para evitar a perda da hegemonia norte-americana no mundo.

Dois outros temas também que devem  ser discutidos é a formação doBloco TransAtlântico de livre comércio entre o  NAFTA e a Zona do Euro, pode  representar um re-deslocamento do eixo econômico mundial que nas últims décadas tem  se inclinado para a Ásia, principalmente China e ÍNDIA,  para a Europa e EUA novamente. Este bloco representaria 53,5%  das importações mundiais e 48,8% das exportações; 792 milhões de habitantes com uma renda per capita de 48 mil dólares, cujo peso econômico é considerável, tendo em vista que a renda per capita da China ainda é de apenas  seis mil dólares, da Índia 1,5 mil, do Brasil de 11,400 dólares anuais.

Com essess numeros na cabeça os Presidentes dos EUA ,do México e o Primeiro Ministro do Canadá estarão pavimentando uma grande estratégia, na forma de bloco econômico, para as  relações econômicas com o resto do mundo, principalmente com a Ásia , Europa e América do Sul e Caribe.

Diferente da recente reunião da UNASUL, realizada em Cuba, onde a base das decisões foi a ideologia terceiro-mundista, com ênfase em um anti-americanismo ultrapassado, este encontro do NAFTA deve se pautar pela discussão de grandes objetivos  estratégicos e os interesses nacionais desses países. Talvez seja isto que esteja faltando ao Brasil, que apesar de ser  o maior país da América Latina em termos de população, de  recursos naturais, economia e capacidade empresarial, continua a reboque de alinhamentos ideológicos da época da Guerra-fria.

Juacy da Silva, professor universitário, fundador, titular e aposentado UFMT, mestre em sociologia
[email protected]
www.professorjuacy.blogspot.com

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