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Mato Grosso: vocação florestal !

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Seria possível estabelecer outras atividades para gerar empregos e renda na região com vocação florestal? Ora. Claro que sim. O povo mato-grossense é trabalhador e aguerrido na lida. E, estimular outras atividades, e principalmente as ligadas ao agronegócio é atitude sábia em municípios com vocação rural. Mas não se pode e nem deve desprezar e nem perder o que a natureza oferece gratuitamente, e que pode ser bem utilizado, todo esse recurso e potencial produtivo da floresta nativa. Ora. Usando de técnicas racionais e conhecidas, se podem garantir a sustentabilidade e o desenvolvimento de toda Região madeirável e promover apoio ao crescimento do Estado.

Já houve épocas em que Mato Grosso se sustentou, e com pujança, do potencial florestal existente. Ainda se notava isso até nos idos de 2004 a 2005. E foi assim, o que provocou a entrada de diversas empresas na área, e que buscou investir pesado, em indústrias madeireiras e fábricas para beneficiamento de madeiras.

Muitas dessas empresas são possuidoras de grande extensão de áreas de floresta, e mesmo assim, ficou na letárgica fila a espera de liberações de projetos no órgão ambiental do Estado. Pena! Parecendo até se tratar de criminosos que esperam a sua liberação. Pois é por demais dificultoso obter tais licenças ou autorizações exploratórias. Porque é tão difícil assim? Excesso de burocracia.

Parece existir um certo receio dos envolvidos e seus gestores, de sofrerem punições injustas. Parece ainda, que por incapacidade de alguns gestores, que muitas das vezes não possuem habilidades e nem qualificações técnicas na área que abraçam. Mas que na maioria das vezes impõem os seus “pitacos” sem noção. Todavia, com toda convicção e experiência nessa área, vejo que os municípios com vocação econômicas madeiráveis, devem permanecer nessa linha exploratória.

Pois a madeira explorada em forma de manejo sustentável, é de uso ad eternum. Os empreendimentos que possuem essa vocação florestal e madeireira, com toda certeza, pretendem permanecer atuando nessa atividade, por tempo indeterminado. E, jamais teriam outros interesses, senão ao de usar o potencial da floresta e conservá-la sempre produtiva. Agora. Quem precisa regular o uso e organizar a exploração é o Estado. Através de monitoramento permanente das florestas com projetos em execução, e em pousio. Ora. Se deixar como está, (emperrando empreendimentos idôneos) não se terá proveito nenhum para a sociedade organizada, mas sim, apenas para favorecer alguns aventureiros, que usurpam a floresta e não contribuem em nada com o Estado e nem com a sociedade.

É provável que um dia ainda vejamos os municípios com vocação madeirável, sendo sempre sustentados pelo que possuem de potencial produtivo florestal, e apoiados ainda noutras atividades secundárias. É preciso ser repetitivo com o assunto até que muitos comecem a assimilar melhor. Pois bem! “Florestas manejadas jamais serão queimadas!” E, se bem usada, a floresta garante a sobrevivência e bem estar de muitas famílias, dando suporte a outras atividades econômicas, que sobrevivem conjuntamente.

A iniciativa privada florestal, sem os entraves da burocracia, e sem a incompetência dos governos, tem todas as condições de sempre promover melhorias, de gerar empregos e sustentabilidade aos municípios do seu entorno. Não culpo este ou aquele governo, isoladamente, pelas dificuldades que o setor enfrenta, mas sim a falta de habilidades políticas, em se resolver questões burocráticas pelos gestores que compões seus staffs.

Essa falta de habilidades tem causado um estrangulamento da capacidade de produção de empreendimentos, enfraquecendo até mesmo os mais sólido investimentos. E desse jeito provocando um desânimo e desestímulo aos empreendedores, que colocam o pé no freio dos investimentos, reduzindo empregos. Prejudicando, justo aos mais necessitados, que se veem obrigados a migrarem para a periferia dos grandes centros, inchando as cidades.

Vale salientar, que a iniciativa privada é que vem mantendo o setor de economia rural próspera! Com exceção do setor florestal, que parece estar engessado e estagnado necessitando de desanuviar a visão das autoridades e ganhar mais apoio para promover desenvolvimento, gerar empregos, para que possam fixar o homem do campo, no campo.

Domingos Sávio Bruno é engenheiro florestal – inspetor chefe Do CREA/MT em Várzea Grande
[email protected]

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