Embora as exportações de produtos brasileiros registrassem queda, no ano passado, em relação ao ano de 2008, a balança comercial brasileira fechou 2009 com superávit de US$ 24,615 bilhões, somando-se suas importações e exportações. O resultado apresentado neste mês pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior poderia ser pior, caso bons ventos não estivessem soprando para Mato Grosso, cujas vendas externas no ano passado aumentaram 8,74% em relação ao mesmo período anterior, atingindo US$ 8,49 bilhões. O resultado legitima o estado, como o único presente no ranking das exportações a apresentar crescimento no ano passado.
Além desse fator positivo, a performance de Mato Grosso contribuiu para que a região Centro-Oeste apresentasse a menor queda das exportações no referido período, com o montante de US$ 14,025 bilhões, somando-se o desempenho dos três estados que a compreende, além do Distrito Federal. Seu superávit na balança comercial, em 2009, teve peso significativo, 17,87% maior do que o registrado no mesmo período de 2008. Em nível nacional, no cômputo geral, somente as exportações do agronegócio caíram 9,8%o, em relação ao ano anterior, atingindo 64,7 bilhões de dólares, recuo atribuído a crise internacional, que felizmente não causou grande impacto no estado.
No que tange ao último mês do ano passado, o valor exportado por Mato Grosso atingiu US$ 576 milhões. O montante foi superior em 15% tomando-se por base dezembro de 2008, cujo registro foi de US$ 502 milhões. Em igual período, ainda tendo como fonte o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, as exportações brasileiras somaram US$ 13,720 bilhões , analisando-se a média diária de US$ 623,6 milhões, cifra 0,7% menor que a registrada no mesmo mês de 2008 que foi US$ 628 milhões.
Hoje, no cenário da exportação brasileira Mato Grosso ocupa o 6º lugar no ranking nacional, mantendo em 5,5% sua participação nas vendas externas do país e 60% no Centro-Oeste. Os principais destinos dos produtos mato-grossense são a Ásia e a União Europeia que correspondem respectivamente com 41% e 24% do total, exportado, sendo que na liderança do ranking em análise individual está a China, com 30,83%, seguida da Holanda, com 9,98 e Espanha, com 5,36%.
Neste processo, onde há muita competitividade, o que move o setor produtivo, com alto grau de motivação, é a confiança de que Mato Grosso manterá o seu ritmo de crescimento, com políticas públicas bem definidas, o que tem atraído novos investidores no estado. Está havendo uma mudança no perfil das exportações em nível local e se trabalha muito na área pública e privada, no sentido de melhorar cada vez mais as formas de vender e de expor os nossos produtos na vitrine internacional, além de também buscar equacionar gargalos decorrentes da logística, o que facilitaria os canais de exportação.
Em nível de governo tem se estruturado e qualificado a área de exportação, inclusive no que se refere aos profissionais que trabalham no setor. Duas ações merecem ser citadas: a criação de unidades do Centro de Excelência em Comércio Exterior (Cecomex) em diversas cidades do estado e as missões internacionais incentivadas pelo governo em parceria com o Sebrae/MT, em países de todos os continentes. Afinal, a interação com novos mercados permite conhecer o know-how de muitos empreendedores externos.
No setor da exportação os mercados tem alto grau de exigências. Será preciso, portanto, sempre dar uma atenção especial às estratégias que impulsionam a nossa economia e abrir novas portas ao comércio exterior. Afinal, o superávit é a diferença a mais entre receita e despesa e Mato Grosso está entre os 10 melhores do ranking. Sem ganância está auferindo bons lucros, tornando-se superavitário, sem deixar de lado a responsabilidade com o desenvolvimento sustentável. Isso pesa muito na balança.
Pedro Nadaf – secretário de Estado de Indústria, Comércio, Minas e Energia e presidente do Sistema Fecomércio/Sesc/Senac-MT