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Mais "ambientalismos"

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Ambientalistas de todos os matizes tem o hábito de referenciar, principalmente, três aspectos para tentar sustentar seus argumentos. Produzem factóides especial e propositalmente dirigidos pra o sul e sudeste, áreas de maior densidade demográfica, e curiosamente nunca para os habitantes da Amazônia, alvos de preferenciais de suas diatribes. Seus argumentos de maior apelo psicológico residem, entre outros, em três pontos principais, que tais: atitudes “socialmente justas, ambientalmente adequadas e economicamente sustentáveis”.

Em homenagem a clareza do texto, faz-se necessária uma referência esclarecedora: entre os principais nomes de entidades ambientalistas encabeçam as listas, entidades tais como WWF, Greenpeace, The Woods Hole Research Center, TNC – The Nature Conservancy, e etc, nomes que dispensam maiores referências. Não raro usam como massa de manobra pessoas brasileiras famosas e de renome.

Cito como exemplo, até por ser o mais recente, o da artista global Cristiane Torloni que foi a Brasília pedir o “fim do desmatamento”. Linda, simpática e grande profissional que usada como massa de manobra, se prestou a uma atitude de grande apelo popular. Particularmente eu não creio que ela, do alto dos seus salários estratosféricos para os nossos padrões de pobres mortais, residindo em locais de altíssimo conforto, com caminhadas matinais em Copacabana, em sã consciência, seja favorável a que as famílias de seringueiros, castanheiros e assemelhados, sejam eternizados em suas condições de miserabilidade, sem escola e assistência médica para seus filhos e morando em barracos, verdadeiros pardieiros dentro da floresta.

Vamos iniciar por um rápido passeio na primeira das premissas de efeito, qual seja: atitudes “socialmente justas”. Á julgar pelas suas proposições, socialmente justo na cabeça deste povo é subjugar o cidadão menos favorecido, seja seringueiro, castanheiro ou outro qualquer, ao mais completo isolamento de tudo que eles próprios desfrutam e se fartam numa sociedade moderna e rica em benesses e recursos, enquanto de dentro dos seus gordos salários e conforto recomendam a miséria, doença, além da falta de escola e saúde e principalmente de expectativa para este povo desesperançado. Isto preserva somente miséria, mais, pereniza-a.

A segunda premissa: atitudes “ambientalmente adequadas” então, se constitui na mais flagrante ironia jamais proposta por um grupo de órgãos originários de paises riquíssimos que só o são porque lograram explorar suas todas as suas riquezas, e pela experiência adquirida tem especial interesse em nossas jazidas e reservas, porque sabem o quanto representam. O que muito poucas pessoas se lembram é que estamos por aqui por conta de propostas de governo e que, se agora é considerada errada, sua correção só pode ser feita com a devida indenização na exata medida dos seus prejuízos e conseqüências.

A última das premissas: atitudes “economicamente sustentáveis” é de uma ironia realmente intrigante, ou piada se não fosse sério. Imagine você a sandice da proposta de se adquirir uma terra e poder usar apenas 20% dela, ou pior ainda, a de acreditar que um seringueiro, castanheiro ou outro assemelhado, possa sobreviver com dignidade com $ 400 ou $ 500 reais por mês, para sustentar sua família. Isto é coisa de gente de cabeça miúda, não merece maiores referências de tão óbvia a idiotice.

O que pouca gente se lembra, e é incrível precisar repisar, é que nós amazônicos somos gente e pelo tempo que aqui estamos já fazemos parte do ambiente: preservem-nos…

Djalma Franco é economista em Sinop

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