É de muito se admirar a quantidade de respostas exaltadas e indignadas que um simples artigo foi capaz de provocar entre toda uma classe de profissionais.
Se estes estão tão certos de que os motivos que os levam a entrar em greve têm tanta razão de ser, então qual o porquê do rebuliço causado? Em uma das réplicas ao artigo inicial, afirma-se que os “leigos”, ou seja, pessoas que não vivem a realidade de professor, não podem questionar as decisões pois não conhecem nem sofrem as implicações da mesma. Discordo.
Os professores têm sim o direito de reclamar do modo como são afetados pelo nosso sistema educacional, porém, não dá para esquecer que quem vai sentir as conseqüências de profissionais bem ou mal preparados são os alunos, que têm todo o direito de questionar as posições que são ou não tomadas, uma vez que serão eles que ficarão (ou não) sem aulas.
Há desvalorização? Sim, é claro que há, coisa que qualquer brasileiro sabe sem precisar fazer parte da categoria, o que não justifica rebaixar-nos a nível de “leigos” chamando tudo de senso-comum. Entretanto, não vamos partir para a hipocrisia como se todos os educadores fossem dignos de receber aumentos de salário. Há uma boa parcela que adora acompanhar uma greve sem mérito algum para isso, ou vamos agora enganar (a quem?) dizendo que todos são profissionais exemplares?
Também não vejo motivo para discordar das opiniões da acadêmica tentando distorcer o debate com o que eu poderia chamar de antiprofissionalismo, criticando a gramática da mesma em vez de se ater à questão central do artigo, que, devo lembrar, são as greves.
Concluindo, ninguém dá importância àquilo que não lhe faz referência justa. O artigo foi leviano em suas informações?
Então por que tanta revolta? Por que perder tempo replicando a opinião de uma acadêmica que ainda nem está no mercado de trabalho?
Que esse tempo fosse melhor aproveitado, quem sabe, preparando aulas.
Ou talvez, decidindo sobre greves.
Ester Silva, acadêmica da UFMT Sinop.