A campanha eleitoral americana está entrando na reta final e os candidatos Democrata (Obama) e Republicano (Romney), estão tentando de todas as formas convencer o eleitorado sobre as excelências de suas propostas. Ambos tentam demonstrar o que de fato é diferente entre tais propostas. Até há poucos dias, quando das comemorações dos onze anos dos atentados perpretados pela Al Qaeda, apenas as questões internas, principalmente as de natureza econômica estavam ocupando a atenção da mídia e da opinião pública. Para se ter uma idéia, em seu discurso de aceitação da candidatura Romney praticamente nem menção fez sobre questões internacionais.
Todavia, bastou que um video produzido e apoiado por radicais de extrema direita e conservadores viesse a público para desencadear a onda de fúria de grupos mulçumanos, também radicais, contra as embaixadas dos EUA em vários países desde o norte da África, passando pelo Oriente Médio até a Ásia, para que as questões internacionais passassem a ocupar a agenda dos candidatos e cada qual tentando demonstrar que suas proposta e, no caso de Obama, suas ações ão as corretas.
De forma um tanto oportunista M. Ramney tentou faturar criticando a posição de Obama, dizendo em algumas ocasiões que sua política externa era um desastre. Mas o tiro saiu pela culatra e a opinião pública rechaçou a forma distorcida como o candidato republicano tentou utilizar tais atos que levaram a morte do embaixador Americano na Libia e mais tres diplomatas.
Quando dos ataques de onze de setembro, o Presidente Bush ,Republicano, recebeu total apoio dos democratas no Congresso e tal apoio possibilitou as ações que os EUA desenvolveram desde então para combater o terrorismo interna e externamente.
As pesquisas de opinião pública têm demonstrado apoio as medidas tomadas por Obama e de crítica as posições de Romney, razões pelas quais os últimos resultados de pesquisas de vários institutos indicam que a margem de aprovação de Obama supera Romney em mais de cinco pontos. E o pior, em alguns Estados considerados indecisos(swing states) parece que o clima começa a favorecer ainda mais Obama. Isto está levando o desespero `as hostes republicanas.
Para sacramentar as dificuldades de Romeny, o mesmo foi flagrado em um video que também está circulando pela internet e já foi visto por milhões de pessoas, além das referências e críticas em todos os programas políticos dos grandes meios de comunicação, onde o candidato republicano fala perante um grupo seleto de milionários que compareceram a um jantar de levantamento de fundos, que não se preocupa com 47% dos eleitores que não pagam imposto de renda, pois esses devem votar em Obama.
Para o republicano esta parcela da população é considerada quase como parasita social, já que vive `as custas do governo, uma das razões do deficit publico e dos problemas do país. Esta forma preconceituosa empurra o candidato ainda mais longe das minorias como imigrantes, principalmnte latinos, negros , idosos e outros grupos cuja renda não é suficiente para pagar imposto de renda. Mas esses milhões de eleitores trabalham ou trabalharam duro, pagam immpostos municipais e estaduais e outros impostos federais, o que supostamente deixam de arrecadar é uma parcela ínfima dos "benefícios" concedidos por Bush aos que pertencem as camadas mais ricas.
Enfim, parece que os republicanos estão escolhendo ficar cada vez mais distante não apenas de uma parcela considerável da classe média mas também de vários grupos de eleitores que sofrem preconceitos pela sua origem racial, classe social, gênero ou faixa etária. Dentro de poucas semanas deverá ocorrer o primeiro debate e com certeza vai ser difícil para Romney detalhar suas propostas, principalmente o corte de gastos sociais e redução de impostos para as camadas mais abastaas e, ao mesmo tempo, manter uma economia em crescimento, face aos desafios internacionais.
Juacy da Silva, professor universitário, mestre em sociologia, colaborador de Só Notícias.
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