De que adianta ficar procurando e gastando por um perfil, ou alguma competência específica que, depois, não terá oportunidade e ou possibilidades de ser? E para que ficar sofisticando e complicando, quando todos nós sabemos que é no simples e nas simplificações que acabamos encontrando sempre as nossas melhores soluções?
Entendo que as empresas não estão, na realidade, precisando de só de líderes, mas sim de gerentes mais competentes, principalmente no que diz respeito à utilização mais correta e adequada do maior estoque de matéria-prima existente dentro de qualquer organização. A inteligência de todo o seu contingente humano, e não apenas dos hierarquizado.
Enquanto entendermos que o trabalho é apenas um esforço físico e nada mais, dirigiremos as pessoas como s fossem autômatos ou máquinas. Partir do momento que passarmos entender que qualquer trabalho ou tarefa é, antes de tudo, um esforço inteligente e não apenas físico, mandaremos a nossas formas de dirigir, tratar e trabalhar com os dirigidos. Enquanto isto não for verdade, continuaremos procurando líderes ou empreendedores; quando na realidade, do que precisamos realmente é de ideias que solucionem os nossos problemas e nos deem vantagens sobre os nossos concorrentes.
Do que necessitamos é de com boas habilidades humanas para fazer com que as pessoas não estejam apenas ajuntadas, mas sim, juntas. Para fazer com que não seja apena porque carregam um mesmo crachá, ou porque façam parte de uma mesma folha de pagamentos, ou porque tenham um mesmo endereço comercial, o que as une, mas sim, porque praticam a mútua ajuda como forma de trabalhar e de se realizar.
Queremos empreendedores? Ou queremos ideias que resolvam? Até porque o empreendedor realmente capaz, e realmente empreendedor, não se adapta facilmente aos limites que têm que existir dentro de todas as organizações; e, ainda mais, como todos sabem, é uma joia rara. Ao contrário das ideias que são joias que todo ser humano tem, e que se for inteligentemente acionado, será uma permanente fonte de soluções.
Precisamos de gerentes hábeis no trato humano. Estamos chamando isso de líder porque não encontramos nenhuma outra palavra que expresse essa competência, mas, ao estudar liderança, fica muito claro que há uma enorme diferença entre o que precisamos e o que seja ser líder. As ideias, mais do que nunca, serão a grande diferença, pois elas representam e significam o grande tesouro.
Reinaldo do Carmo de Souza é professor da Universidade de Cuiabá