“Renan Calheiros líder do PMDB no Senado escolheu a dedo os cinco integrantes do partido no Conselho de Ética para evitar que Jader tenha o mandato ceifado”.
A frase está na edição de Veja do dia 4 de julho de 2001, em reportagem que fala sobre denúncias de corrupção envolvendo o então presidente do Senado Jader Barbalho.
Nela também é relatada conversa telefônica gravada pela Polícia Federal de outro então senador, bastante conhecido dos mato-grossenses. Seis anos depois e Renam Calheiros continua sendo manchete. Se estivéssemos na Finlândia (país no qual a sociedade não tolera corrupção) seria diferente.
Na Finlândia a constituição garante o direito de obter explicação para decisões do poder público. No Brasil temos um Congresso campeão em despesas. O nosso é o mais caro por habitante. Comparando com o de outros 11 países.
Neste ano para manter cada um dos 594 parlamentares federais gastamos perto de 4 vezes mais que a média do gasto parlamentar europeu e canadense. Os dados estão no www.transparencia.org.br
Na Finlândia, prima-se pela transparência. Todos os registros da administração pública podem ser consultados livremente pela população.
No Brasil em levantamento da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (ABRAJI) ficou clara a dificuldade em obter informações nos poderes: legislativo, executivo e judiciário nos Estados. Em pedidos de dados como efetivo e cedência de policiais e diárias de viagem, apenas 3,6% dos 125 órgãos fornecem os dados de forma integral e 22% revelam parcialmente. O restante se omitiu.
No Mato Grosso a justificativa dada pelo secretário de imprensa da Assembléia Legislativa ao pesquisador foi a seguinte: “Acho que o sistema só considera os gastos totais em cada rubrica. Não especifica os gabinetes”.
E como já cantou o Ministro certa vez:
E na TV se você vir um deputado em pânico
Mal dissimulado
Diante de qualquer, mas qualquer mesmo
Qualquer qualquer
Plano de educação
Que pareça fácil
Que pareça fácil e rápido…
Magnos Lanes Bauken de Oliveira é contabilista em Sinop