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Ganhamos dos paulistas

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O Morumbi está fora da copa de 2014 no Brasil. Essa ‘zebra’ foi pior que a vitória da Suíça sobre a Espanha na Copa da África deste ano. Estádio programado para abrir a festa do esporte bretão, e representante do Estado mais rico do país, o Morumbi, cujo nome de batismo é Cícero Pompeu de Toledo, foi reprovado ontem pela CBF por falta de “garantias financeiras referentes ao projeto do Estádio do Morumbi aprovado pelo COL/FIFA no dia 14 de maio de 2010”. Segundo a imprensa especializada, ainda não é conhecida alternativa para São Paulo abrir ou sediar a Copa de 2014. Embora pareça absurdo, o fato é que, hoje, não estará cometendo nenhuma canelada quem duvidar que o todo poderoso Estado de São Paulo ficará fora da maior festa futebolística do planeta.
 
É inevitável comparar São Paulo com Mato Grosso neste quesito. Embora não haja nenhuma comparação possível entre os dois Estados, cujas semelhanças se resumem ao fato de termos sido colonizados pelos Bandeirantes e termos muitos fazendeiros paulistas criando gado em Mato Grosso atualmente, fomos muito mais eficientes, organizados e pragmáticos na viabilização dos projetos da copa por aqui. Parece piada, mas os paulistas, incluindo aí prefeitura e governo do Estado, não arrumaram o dinheiro que por lá não deveria ser problema, para adequar o Morumbi.
 
Relaciono o cartão vermelho de CBF/FIFA a São Paulo a um desabafo feito anteontem durante entrevista à Rádio Cultura de Cuiabá pelo diretor de Marketing da Agecopa, Roberto França. O ex-prefeito de Cuiabá disse, entre outras coisas, que a Agecopa vinha recebendo muitas críticas da imprensa e de setores da opinião pública porque o trabalho não estava aparecendo. E não apareceu, emendou França, porque até o momento, a Agecopa estava concentrada na viabilização de recursos e preparação de projetos.
 
Na verdade, a Agecopa estava desacredita por ser formada majoritariamente por ex-políticos – além do próprio Roberto França, lá estão o ex-deputado Carlos Brito, os ex-vereadores Yênes Magalhães e Yuri Bastos Jorge, o ex-prefeito Adilton Sachetti e o ex-candidato a vários cargos Agripino Bonilha Filho. Ao que consta, o único membro da Agecopa que nunca teve atuação político-partidária é Jeferson de Castro Jr., diretor de Orçamento.
 
Contudo, essa Agecopa conseguiu aprovação com louvor da CBF/FIFA pelo cumprimento do cronograma das obras e outros preparativos para a realização da Copa de 2014 em Cuiabá; possui orçamento assegurado; e já tem elaborados e em fase de implantação, conforme garantiu Roberto França na já citada entrevista, mais de 30 projetos de adequação viária e outras intervenções na infra-estrutura nas cidades de Cuiabá e Várzea Grande. Logo, os desacreditados políticos-membros da nossa Agecopa deram um banho de competência nos tão infalíveis paulistas no assunto copa do mundo.
 
Por um lado, essa comparação nos mostra que técnicos sozinhos nada produzem sem a condução da política. Já discuti esse tema aqui neste espaço, quando essa suposta “tecnificação” do governo Blairo Maggi era cantada em verso e prosa. Aliás, os tecnocratas já tiveram suas oportunidades na história para demonstrar do que são capazes, e a conclusão inevitável é que, por pior que seja, a política é o instrumento e o método mais adequado para representar os interesses coletivos, públicos.
 
Por outro, os fatos apontam que a Agecopa de Mato Grosso, cujo trabalho, repito, vem sendo elogiado com louvor pela CBF/FIFA, deverá merecer doravante um pouco mais de crédito da opinião pública, que, em vez de ficar chorando a demolição do velho estádio José Fragelli, o nosso Verdão, deveria exultar os trabalhos que vêm sendo feitos pela construção do novo Verdão, que representará um novo tempo não apenas para o futebol, mas para a economia, a geração de emprego e renda e as condições de infra-estrutura de Cuiabá, Várzea Grande e todo o Mato Grosso.
 
(*) KLEBER LIMA é jornalista e consultor de marketing em Mato Grosso

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