Criar um documentário mostrando para o mundo qual é a verdadeira forma que trabalhamos na colheita da madeira no norte de Mato Grosso, dentro da Amazônia Legal, foi um dos nossos grandes objetivos quando assumimos a presidência deste Sindicato.
A forma com que a indústria madeireira trata a exploração vem sendo estudada há anos para que ela seja feita de maneira a não destruir a floresta e hoje isso é possível e está sendo praticado em mais de dois milhões de hectares do Estado.
Por isso, no mês de dezembro o setor madeireiro tem um motivo especial para comemorar. Mostraremos com o lançamento do projeto Floresta em Pé: Com Manejo é Possível! que o manejo sustentado se baseia num tripé: socialmente justo, ecologicamente correto e economicamente viável. Isso quer dizer que pra que se faça um bom manejo, a indústria tem que pensar na sociedade ao seu redor, tem que gerar emprego e renda. O emprego tem que ser com carteira assinada. A renda é, atualmente, a maior média salarial da região.
Outro fator apontado no projeto é em relação à certificação florestal. Fala-se muito nesse assunto. Podemos dizer que o manejo florestal da maneira como é praticado no Estado, atendendo a toda a legislação ambiental é mais do que uma certificação, pois precisa de autorização do órgão ambiental que legisla sobre essa causa e tudo tem que ser respeitado da melhor forma possível. Então nós podemos dizer que a madeira oriunda do Mato Grosso é uma madeira que tem origem florestal legal e sustentável.
A qualificação do trabalhador é uma das exigências do manejo florestal, com isso melhora a sua renda e capacidade de trabalho.
Hoje em dia, a grande diferença na maneira de explorar em relação há anos atrás é realmente o meio ambiente e os benefícios que se traz. Ao longo dos anos, essa questão ecológica foi forçando os empresários e engenheiros a estudar a maneira de fazer essa exploração de modo a ter o menor impacto e atualmente ele é reduzido. Isso permite uma exploração de apenas 30 metros por hectare, dentro de um universo muito grande de madeira que tem num hectare de floresta. Desta forma a exploração se dá preservando a fauna e a flora na medida em que ela se preocupa com as árvores frutíferas, corredores ambientais, dentre outros. Há um estudo para que tudo isso seja considerado na exploração.
Os custos de um manejo são elevados, porque requer planejamento, análise, a necessidade de ir à mata fazer o levantamento da floresta. Por outro lado, o fato de ter um mapa da floresta traz uma redução na questão da exploração. A exploração é planejada, bem como onde serão as estradas, a forma de tirar a madeira de dentro da floresta e isso acaba reduzindo o trabalho, os custos e também o tempo de serviço.
Eu digo que a importância do setor para o Estado do Mato Grosso é muito grande porque é um dos segmentos dentro do Estado que mais gera emprego e renda. Também na geração de impostos é um dos maiores arrecadadores. Já foi o primeiro, hoje está em quinto na arrecadação de ICMS, mas ainda, nos 44 municípios do norte do Estado, é a economia base.
Hoje temos dois milhões de hectares de floresta manejada dentro do Estado. Isso é a sustentabilidade baseada na indústria. Nossa meta é atingir seis milhões para que possamos incrementar mais e realmente com isso preservar toda a Floresta Amazônica.
Atualmente os empresários do setor estão mais preocupados com o meio ambiente, com a manutenção da sua atividade, em fazer uma exploração sustentável e isso se deu ao longo de anos, desde quando viemos para essa região desbravar com uma mentalidade, e aí veio toda a sociedade cobrando a preocupação ambiental. Houve um redirecionamento das entidades de classe que representam os empresários para que essa exploração de madeira fosse feita de uma maneira sustentável e com certeza hoje temos empresários conscientes e preocupados com a preservação do meio ambiente.
O setor de base florestal é de suma importância para Mato Grosso. Foi ele que proporcionou a abertura e o crescimento desse Estado.
O manejo florestal trouxe uma melhoria muito grande na qualidade de vida do trabalhador e do empresário. Houve uma mudança no conceito das indústrias madeireiras, antigamente vistas como vilãs da floresta, hoje como suas defensoras.
Para o trabalhador, com certeza, agregou benefícios na medida em que sendo melhor qualificado, treinado, conseqüentemente auferindo uma remuneração melhor e isso proporciona, para a família e para toda a sociedade um padrão de vida num nível melhor do que antigamente.
José Eduardo Pinto – presidente do Sindusmad (Sindicato das Indústrias Madeireiras do Norte de Mato Grosso)