O turismo em Mato Grosso tem experimentado uma evolução impressionante. Vem se profissionalizando, a partir da organização e articulação dos empresários e operadores do setor, o chamado trade turístico, e já acumulou senão uma política longeva, pelo menos um esboço animador do que deve ser o papel do Estado como indutor da atividade.
O marco é de fato o governo de Blairo Maggi, que mudou a concepção e o foco da atuação estatal. A começar pela mudança do nome da secretaria, que passou a se chamar Secretaria de Estado do “Desenvolvimento” do Turismo. É isso. Cabe ao Estado, na figura do governo, estimular o setor privado e institucional para que ele, como legítimo e maior conhecedor da atividade, faça o setor se desenvolver e prosperar.
Blairo, embora possa não parecer, tem um apreço peculiar pelo turismo. Num dos nossos primeiros contatos mais próximos, quando eu o acompanhava numa excursão a Nobres, antes da sua posse no cargo, em 2002, testemunhei seu entusiasmo pelo setor.
Em Nobres, formos às grutas e à Lagoa Azul, entre outros pontos interessantes. Blairo se maravilhava com tudo o que via. Prestava atenção juvenil a cada explicação que os operadores locais lhe davam. Dedicou atenção especial, e me instou a fazer o mesmo, às cavernas e locais por onde passaram, no lugar, a Coluna Prestes e seu líder maior, Luiz Carlos Prestes.
Acertou na escolha da equipe que viria comandar, posteriormente, a Sedtur, tendo Ricardo Henry e Yeda Marli no comando. Yeda, com a experiência de mais de década na militância turística, sempre foi a responsável pela arquitetura da política estatal no atual governo. Pôde demonstrar isso na totalidade quando assumiu a titularidade da Pasta, com a eleição de Ricardo Henry como prefeito de Cáceres.
Pequenina, serelepe, Yeda tocou a Secretaria como quem cuida de uma família. Fez a multiplicação dos pães, ao tornar orçamentos limitados suficientes para conceber, criar, planejar e executar nada menos que 14 programas diferentes para o turismo mato-grossense, simultaneamente. Até conseguir, para este ano que se encerra, o maior orçamento do turismo da história do Estado, de R$ 4,5 milhões.
Não sou do ramo. Haveria inúmeras pessoas mais indicadas para analisar o que representou Yeda Marli de Oliveira Assis como gestora do turismo em nosso Estado. Entretanto, me contamino fácil com o entusiasmo daqueles que tornam algumas tarefas sua missão de vida, e o fazem com competência e eficácia.
Testemunhei o trabalho e a dedicação de Yeda na Sedtur quando fui convidado por ela a colaborar, na área de comunicação e imprensa, com alguns projetos seus, entre eles a 13ª Festa Internacional do Pantanal, realizada entre abril e maio deste ano.
Foi ali que vi que aquela pessoa franzina nada tinha de frágil. Ao contrário, mostrou-se uma gigante, incansável, na labuta do turismo. Fez bonito, bateu recorde de público e negócios, enfim, tornou uma festinha numa feira à altura de Mato Grosso, com seus quatro ecossistemas, sua diversidade étnica e cultural.
Soube de fontes extra-oficiais que Yeda pode se aposentar e voltar para a sua Minas Gerais, tão logo passe o cargo ao seu sucessor. (A propósito, Pedro Nadaf terá um desafio grande pela frente para poder superar Yeda à frente da Sedtur, e tomara que consiga, porque assim nosso turismo emplaca de vez).
Este artigo tem menos o propósito de homenagear Yeda, porque isso a história irá fazê-lo a seu tempo. Almejo, na verdade, fazer-lhe um apelo para que fique por aqui, mantendo suas impagáveis contribuições ao turismo de Mato Grosso, senão na Sedtur, em outras frentes. Fica Yeda, fica!
Kleber Lima é jornalista e consultor de comunicação e marketing em Cuiabá
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