segunda-feira, 23/setembro/2024
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Falar o que?

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Falar o que de um time escalado com mais de 30 milhões de jogadores? Falar o que, do time que vence uma guerra sem perder nenhum soldado? Falar o que, da história mais cinematográfica do futebol mundial? Falar o que, do Corinthians campeão INVICTO da Libertadores da América. Eai, falar o que?

Vasco, Diego Souza, Jorginho da novela, Santos, Neymar, Riquelme, Boca Juniors. Falar o que?

O Corinthians é campeão. Mas não é campeãooo. É CAMPEÃO. Vai demorar pra se contar uma história como a desse time. Time que se alimenta de sofrimento para brigar por conquistas. Que quebra todos os tabus e cria fatos que só mesmo um Todo Poderoso pode criar.

O Corinthians nuca foi e nunca será o Brasil contra um time estrangeiro. Esquece. A final desta Libertadores sacramenta essa tese. Contra um Boca, símbolo do futebol argentino, organizou-se no país uma nova torcida, os Anti, para tentar impedir o sonho corintiano. Santistas, Vascaínos, Palmeirenses, flamenguistas, os bambis, e um pouquinho de todos os times brasileiros secaram. Mas nem assim conseguiram impedir a conquista mais bonita de todos os tempos.

Futebol moderno, de resultado, mas bonito também. Veloz, aplicado, precavido, tático. Time que tem no comando um contestado Tite que e organiza seu jogo como se estivesse sobre um tabuleiro de xadrez. Um dia encontrei o Mano Meneses, aqui em Cuiabá mesmo, e disse a ele que dificilmente um técnico no Timão poderia superá-lo. Queimei a língua.

Tite é um dos grandes responsáveis por esse título. Retranqueiro, mas estrategista. Primeiro montou um padrão de jogo. Sólido na defesa. Paciente com a bola nos pés, rápido e mortal no ataque. Nasceu um estilo novo dentro do Corinthians. Uma democracia moderninha no futebol, onde todo mundo ataca e todo mundo marca. Onde todo mundo ganha e todo mundo perde. Independente de quanto efetivamente ganha cada um. Créditos para o grupo, claro, mas Oscar para Tite. Você é o cara.

Particularmente, eu. Raoni, penso que vivi no futebol o meu momento máximo. Não vai ter título mais importante em nossa história. Nem o mundial no final do ano contra o Chelsea. Mundial nós já temos, só faltava a libertadores. O melhor de tudo não é o fim da cornetação dos Anti. Porque agora acabou, vão falar o que?

O melhor de tudo é viver mesmo esse momento. Praticamente não comemorei muito nenhum gol dessa reta final. Me prendi a um ritual religioso como corintiano fiel que sou e apenas pedi proteção. O apito final foi a redenção na minha vida. Nunca senti uma felicidade como essa. O corpo inteiro envolvido, histérico. Parece que sentia cada bombear de sangue correndo nas minhas veias. Um sorriso incontrolável no rosto, e choro. Muito choro. Expurguei de dentro de mim a eliminação pelo Tolima, no ano passado, o pênalti que o Marcos pegou do Marcelinho, o rebaixamento.

Corinthians, eu nuca vou te abandonar. Obrigado por marcar essa história na minha vida. Obrigado, São Jorge Guerreiro, obrigado Deus, que é fiel, por fazer meu coração corintiano. Comemos o bacalhao, fritamos o peixe, bagunçamos o cabelo do Neymar e agora lavamos a boca. Vai Corinthians!

Raoni Ricci é jornalista, cuiabano e corintiano ([email protected])

 

 

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