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Eterno enamorado

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Hoje é o dia dos namorados e me lembro com bastante precisão do dia em que conheci minha namorada. Amor à primeira vista! Foi como se eu perdesse a noção do tempo e passasse a ser teleguiado pelos sentimentos. É muito estranho, pois a racionalidade deixa-se abater pela ternura, a coragem e a autoconfiança dão espaço à insegurança.

As palavras não fluem mais com naturalidade, e os passos seguem como se equilibrados numa trave estreita, fronteira de mundos distintos: de um lado o alento e afago da correspondência e, de outro, o abismo sombrio e impiedoso da rejeição. Os pés já não sentem mais o chão, e o mundo passa então a rodar em círculos num movimento de translação ao entorno da pessoa amada. A mente passa a ser tomada pela lembrança presente dos momentos juntos, e o breve distanciamento envolve-se em solidão. Quando fechava os olhos para não ver a amada, enxergava seus olhos em minha alma; quando me deitava para dormir e esquecê-la, perdia o sono e a calma. E essa força magnética que me atraia aos seus braços, cada dia se tornava mais intensa, ao ponto de fazer-me pensar, que tal atração pudesse ser fruto de doença, insanidade ou coisa assim… A felicidade fez com que os dias passassem depressa, e enfim, veio a promessa do enlace eterno. No altar brindei-a com uma música de minha composição, pois não me faltou inspiração, para detalhar a felicidade, afinal eram 8 (oito) anos de namoro e noivado. Não faltavam aqueles que diziam que seria mais um enrolão a dar o calote na pobre moça. Mas o que poucos sabiam é que o pobre plebeu não poderia deixar a sua princesa a mercê da própria sorte, e por isso buscava construir um lar em solo forte, como meio de estruturar assim a vida a dois. Casados então a vida se fez plena, pois ao lado da minha pequena, os grandes problemas se diluíam com o seu sorriso.

A vida então se revelou como um caminhar descalço no campo. Enxergamos flores, mas também pisamos em pedras. A vista no horizonte não nos dava a idéia certa do percurso a ser seguido. Finalmente entendi que o verdadeiro amor significa abdicar da vontade e preocupar-se mais com a felicidade de quem se ama, não importa o quão doloroso possam ser as escolhas que você tiver que enfrentar.

Nas palavras de Júlio Diniz, "um amor bem verdadeiro, uma vida bem íntima com uma mulher, a quem se queira como amante, que se estime como irmã, que se venere como mãe, que se proteja como filha, é evidentemente o destino mais natural do homem, o complemento da sua missão na terra." Fora de moda, me declaro neste instante, e sigo na vida, ao lado da minha eterna namorada feito adolescente amante, certo de que as palavras tem que ser ditas, antes que se sucumbam pela força do tempo.

Fabio Arthur da Rocha Capilé é advogado e eterno enamorado.

 

 

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