Um governo federal com projeto definido, ação transparente e gestão eficaz, comprometido com a qualidade de vida e o futuro da população, dispensa ações clandestinas apoiadas no mau uso do dinheiro do contribuinte. Em outras palavras, um governo marcado pela honradez, decência, dignidade e competente na gestão das políticas públicas não necessita de gambiarras e de aliciamentos para formar sua base parlamentar.
No entanto, se não tem programa e se a gestão é incompetente, este governo acaba procurando comprar, pela via do assalto dos cofres públicos, apoios incondicionais, para que as suas iniciativas, decisões, exigências sejam acatadas pelos congressistas, independentemente de serem ou não positivas para a população.
O inchaço dos ministérios é um exemplo claro desse paradoxo do mau uso do dinheiro público. Eles cresceram em número, não visando ao bem público, mas para contemplar os partidos aliados.
O Governo trabalha com uma estrutura administrativa obesa: 38 ministérios, sem contar que o presidente do Banco Central tem status de ministro e sem considerar a proposta que tramita na Câmara dos Deputados, de criação da Secretaria de Micro e Pequena Empresa. Com isso, projeta-se chegar a 39 ministérios. E é bom lembrar que quando assumiu, Lula dispunha de 26 ministérios.
Hoje, o governo federal continua promovendo o aparelhamento do Estado. Utiliza-o para colocar os seus acólitos, empregar os que perderam cargos, lotear redutos em troca de apoios incondicionais, com prejuízos claros para outros setores que ficam descobertos, sucateados.
Com o dinheiro empregado nesses loteamentos, poderiam ser solucionados muitos problemas, como os da área da saúde.
Antonio Carlos Mendes Thame é professor (licenciado) do Departamento de Economia da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz e Deputado Federal (PSDB/SP). Foi Prefeito de Piracicaba e Secretário Estadual de Recursos Hídricos. É presidente do PSDB Piracicaba e Líder da Minoria na Câmara Federal.