Em 2015 o governador Pedro Taques iniciou o governo nomeando uma equipe técnica e jovem, com o claro ressentimento contra os políticos a quem se considerou corruptos e ineficientes. Passado um ano e meio algumas constatações são inevitáveis. Julguei assinalar algumas neste espaço. São resultado de muitas conversas na capital e nos municípios para onde viajo constantemente. Porém, neste fim de semana algumas foram didáticas. Só equipe técnica não funciona. Ainda mais se carrega grande carga de preconceito contra os políticos.
Na verdade, essa questão de políticos e de técnicos, é só linguagem. Político não é necessariamente corrupto e ineficiente e técnico não é necessariamente eficiente e não-corrupto. Uma pesada nuvem de suspeitas começa a pesar nas vistas da sociedade. Rapidamente a gestão Pedro Taques perde a credibilidade. Isso não interessa de modo algum à sociedade que o elegeu e depositou-lhe enorme confiança. Onde ele errou? Responde a sociedade: na linguagem que levou a uma inevitável idéia de arrogância descabida.
A economia travou. A gestão travou. A relação com os poderes está travando. A relação com os sindicatos travou. A relação com as instituições do agronegócio estão travando. A relação com os municípios está travando. A equipe do governo está travando dentro de si mesma e não esconde um clima de desconfiança mútua. Como destravar? perguntam as muitas pessoas com que conversei: empresários de todas as áreas, prefeitos, profissionais liberais, jornalistas. Repito: a ninguém interesse esse travamento. Governos travados causam muito atraso e muitos prejuízos.
Infelizmente para o governador Pedro Taques, ele não tem outra saída senão recuperar a sua equipe substituindo alguns técnicos e trazendo políticos pro núcleo central do governo capazes de destravar a gestão. A continuar assim as crises só se agravarão. Um governo precisa de linguagem ampla e horizontes largos, sem perder a noção da ética e da moralidade.
O governador Pedro Taques precisa urgentemente de aconselhamento político que lhe mostre as outras faces das verdades. Não pode ser samba de uma nota só! É o que a sociedade espera.
Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso