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Empedernida crítica, sensibilidade para quê?

Claiton Cavalcante
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O Brasil é capaz de tudo, inclusive, de inovação alucinada, quem disse isso foi o jornalista Paulo Henrique Amorim em sua infeliz comparação entre o evento denominado “Adoção na Passarela” e a SP Fashion Week, deveria o renomado jornalista saber que aqui se busca muitos cifrões, ao passo que lá, crianças e adolescentes buscam um lar.

Essa e muitas outras críticas se espalharam pelo Brasil, após o evento realizado em Cuiabá, pela Associação Mato-grossense de Pesquisa e Apoio à Adoção (AMPARA) em comemoração à Semana Nacional da Adoção ter mostrado, mediante autorização judicial, crianças e adolescentes aptas a adoção. O evento já em sua segunda edição tem por objetivo facilitar o acesso de pretensos pais aos que estão tutelados pelo Estado em abrigos.
Críticas infundadas, frias e desprovidas de conhecimento de causa foram proferidas por pessoas das mais diferentes estirpes, de intelectuais a políticos. Pessoas essas que muitas delas nem se quer sabem o significado da adoção, não estou dizendo significado literal, pois este significado, tais pessoas tem por obrigação saber.
O desconhecimento do assunto e falta de sensibilidade que o caso requer foi tamanho que chegou ao ponto de um professor universitário comparar as crianças a bois/vacas. Já um advogado e poeta, “poetizou” dizendo ser o evento um desfile de escravos à procura de seus senhores.

Para a ex-deputada Manuela D’Ávila, em sua rede social ela disse que essa é uma das notícias mais tristes que já leu, se referindo ao desfile Adoção na Passarela. Pode ser triste para ela, não para aqueles que sonham em ter um lar e serem pais. Enquanto esteve como deputada, será que ela propôs algo para tentar amenizar o sofrimento e os longos períodos de espera dessas crianças e adolescentes nos abrigos?

“Perversidade”, foi este o substantivo utilizado pelo ex-presidenciável Guilherme Boulos também em sua rede social para informar sobre o que considera ser uma frustração devastadora para essas crianças ao serem expostas e ao final não conseguirem um pai.

Frustração essas crianças sentem, ao serem expostas ao abandono das famílias biológicas, ao distanciamento do Estado, a omissão da sociedade, bem como ausência de políticas públicas que deveriam ser implementadas, também, por estes mesmos políticos ávidos a criticar o trabalho de pessoas e entidades transformadoras de vidas.

O evento teve apoio de instituições sérias como por exemplo, OAB-MT, Tribunal de Justiça de Mato Grosso, Ministério Público, UFMT e muitas outras, que diferentemente daqueles que criticam, sem fundamento ou apenas baseado na letra fria da lei, optaram em apoiar tal iniciativa que traz à tona para a sociedade, aquilo que o poder público e a sociedade de modo geral deveriam se propor a fazer.

As críticas são bem-vindas sempre, desde que sejam proferidas com o intuito melhorar aquilo que se tem, situação que aqui não aconteceu. Deste modo, já dizia Voltaire que a ridícula situação de alguém que critica o que confessa nunca ter praticado, já é suficiente para desqualificar a sua crítica.

Claiton Cavalcante – apenas Pai

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