O mundo anda às pressas, a galope, voando baixo. Tudo e todos numa corrida, ao que tudo indica, à procura de si mesmo, mas nada a encontrar registra-se. A pergunta que não quer calar tem como principio o relevante sentido a respeito dos valores individuais. Nesse ponto surge o “eu” dentro do contexto.
O homem (forma genérica para referenciar toda a sociedade) chega a um certo ponto de sua vida em que se vê fadado a olhar par atrás e fazer uma retrospectiva de tudo o que fez durante toda a sua vida: constituiu família, filhos criados e educados dentro e fora de casa, graduação, trabalho honesto e tudo o quanto há, sem nada desejar. Mas…, ainda assim, ele fica preocupado com o que fez e com o que deixou de fazer durante a sua caminhada vida afora. Confesso que não é fácil. Por incrível que pareça, fica um “quê” de preocupação sobre o que foi feito de errado ou o que poderia ter feito a mais e melhor.
O homem nunca está satisfeito com a sua trajetória de vida. Por mais que ele se esforce, ainda assim, sente que está em falta com alguma coisa. Essa pendência psicológica, às vezes, tem um nome que não chega a ser pessimismo, mas sim, depressão. Essa palavra, todavia, me soa um tanto quanto assunto para outro artigo, portanto, vamos continuar no “em que eu poderia ser mais útil”, pelo menos, por enquanto.
Com tantas indagações, verbos procura agir em função do “eu”, “eu”, “eu”, melhor seria ter uma concepção do dever cumprido e manter a cabeça erguida, no sentido de ter feito o melhor que pôde, enquanto, pôde. Trata-se de um alento para minimizar traumas ou, talvez, superá-los em decorrência de sua realização pessoal. Percebe-se dentro dessa ideologia que ser feliz pode não ser fácil, que questionar pelo que não feito, também não é ou será a melhor forma de avaliação de suas atitudes e comportamentos.
Penso eu que diante do mundo em que vivemos, onde o pensamento está perdendo para a tecnologia, refrescar a memória com pensamentos aleatórios, curtindo e vivenciando a família com os prováveis netos, bisnetos, etc., talvez seja uma boa alternativa. Se por ventura nós deixamos de fazer o que a consciência manda, por razões que ela julga racional, torna-se amoral deixar de fazê-lo, posto que dentro de quaisquer circunstâncias, uma lógica sempre sobressai para convencer, mesmo que ela não possua elementos suficientes para recuar de seu ponto de vista. A vida é assim e assim somos nós.
Em que poderia ser mais útil, agora, já, hoje? Em primeiro lugar deixar de pensar que o ontem não existe e que somos ineficientes. Caso contrário, seriamos inconsequentes com nós mesmos. Segundo, pensar que somos úteis porque somos, antes de qualquer coisa, honestos, respeitosos, coerentes com a razão, mesmo que ela seja limitada, cumpridor de seus deveres. Com esse perfil de pessoa humana, já é o bastante para que tais comportamentos sirvam de exemplos para as gerações futuras e não apenas com seus procedimentos pessoais.