Brasília anda efervescente. A cada hora um fato novo aparece e põe mais combustão na crise política e, lamentavelmente, coloca a economia brasileira num buraco cada vez maior.
Como Senador da República, defendo o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Ela não reúne mais as condições necessárias para governar o país, seja pela completa inapetência administrativa, seja pelo demonstrado quadro de corrupção endêmica e de criminosa irresponsabilidade fiscal.
Mas não é só. Nesse momento, para salvar o seu mandato de presidente da República, Dilma acintosamente faz do País uma verdadeira feira ambulante, montando sua barraca no Congresso Nacional e oferecendo a parlamentares e a partidos políticos cargos nos altos escalões do Executivo em troca de votos. O famoso e desavergonhado “toma lá dá cá” é praticado ostensivamente e anunciado em declarações à imprensa, como tem feito o Ministro Chefe do Gabinete Pessoal da Presidência da República, Jaques Wagner.
Essa prática espúria, nojenta e intolerável de Dilma e de seus subordinados foi objeto de uma representação assinada por mim e pelo senador capixaba, Ricardo Ferrraço. Na última semana, protocolamos na Procuradoria Geral da República (PGR) representação contra a Presidente Dilma e o Ministro Wagner em razão da possível prática de improbidade administrativa. A troca de votos por cargos no Executivo continua sendo crime e, nesse sentido, estamos diante de um grave crime de responsabilidade. E, o que é pior, de uma espécie de novo mensalão.
Nesse sentido, queremos a imediata abertura de procedimento administrativo competente para a investigação penal, a fim de apurar a materialidade e a autoria dos fatos narrados que vierem a ser penalmente tipificados ou suficientemente enquadrados como ilícitos civis e administrativos. Também pedimos a abertura de inquérito civil administrativo para apuração de responsabilidades civis e políticas pela eventual prática de atos de improbidade administrativa pelos envolvidos.
Como cidadão brasileiro, espero que esse processo de impeachment termine o quanto antes e que seja com a vitória do povo, que não tolera mais esse desgoverno instalado dentro do Palácio do Planalto.
Evidentemente, não desconheço o fato de que tirar Dilma Rousseff do Palácio do Planalto, infelizmente, representa muito pouco, diante da praga da corrupção há muito instalada em nosso país. Entendo que a saída dela não é a solução, mas se ela não sai não tem solução alguma.
Por isso que não podemos parar por aí. Depois de correr com esse governo da Esplanada dos Ministérios, é preciso refundar a República para que esses homens e mulheres que envergonham o Brasil estejam fora da vida pública. É lamentável, mas o modelo de política que temos é velho e carcomido e gera esse tipo de bandalheira, como a que estamos vendo com o governo do Partido do Trabalhadores.
De minha parte, lutarei para que o Brasil alcance novos horizontes. Nesse sentido, tive a honra de ser escolhido pelo Ministério Público Federal (MPF) para representar o estado de Mato Grosso na cerimônia institucional de entrega do pacote de dez medidas contra a corrupção. Pacote, esse, que recebeu o apoio de dois milhões de assinantes.
As propostas tramitarão no Congresso Nacional sob a forma de projeto de iniciativa popular. Em linhas gerais, trata-se de propostas de mudanças nos andamentos dos processos, dando celeridade a eles, e endurecendo punições para corrupção. Foram concebidas pela força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba e, posteriormente, encampadas pela Procuradoria Geral da República.
A ideia do MPF de colher as assinaturas foi seguir a Lei da Ficha Limpa, que também partiu de um projeto de iniciativa popular e se revelou um verdadeiro sucesso no plano do amadurecimento institucional. Portanto, essa é a chance que temos de dar uma goleada na luta contra a corrupção. Sempre tendo por camisa 10 a democracia e aqueles que a tituralizam: o povo brasileiro.
José Medeiros, Professor, Policial Rodoviário Federal e Senador da República pelo estado de Mato Grosso.
PUBLICIDADE
É preciso refundar a República
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE