PUBLICIDADE

É preciso pensar o ensinar a pensar

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Como professora de Língua Portuguesa da Rede Pública do Estado de Mato Grosso sei que preciso continuar estudando. E acredito ser esse o caminho para os professores e a comunidade escolar: a mudança. Apesar de a escola que conhecemos hoje se parecer em muitos aspectos com a que conhecíamos há dois séculos, os alunos sentados nas carteiras não são os mesmos. Nossas ações precisam, necessariamente, mudar diante das novas situações.

As escolas impõem um modo único de saber e um único modo de ensinar, por isso mudanças de concepções são necessárias para que o dia a dia escolar seja mais eficiente.

Independentemente da área de atuação, o professor precisa utilizar o ensino da leitura e da escrita como mecanismo para fazer com que o aluno pense sobre a sua própria prática escritora/leitora e o seu compreender o mundo, realizando exercícios de meta e sociocognição.

Eis um grande desafio para nossa prática enquanto professores. Escolher o caminho a seguir entre trabalhar a linguagem de modo tradicional, esquecendo a existência da variedade linguística, se valendo de métodos que levem o aluno a apenas codificar/decodificar símbolos ou acreditar que o falar de cada um deve ser representado, dando a possibilidade ao aluno de escolher a variedade adequada para cada situação, permitindo ao aluno fazer reflexões sobre tudo aquilo que está sendo estudado e sendo capaz de perceber que a leitura e a escrita são práticas sociais.

Acredito ser o caminho oferecer aos alunos atividades que os estimulem e os façam pensar. Oferecer atividades que promovam o conhecimento, significativas e desafiadoras, levando-os a refletir sobre o poder de utilizar os conhecimentos já construídos para a aquisição de outros, sentindo-se desafiados a sair da zona de conforto. Desta maneira o ensino deixa de ser mecânico e passa a ter significação.

O professor precisa enxergar a leitura e a escrita como um processo cognitivo de construção de sentido. Deve priorizar estratégias metacognitivas no ensino de leitura e escrita. Solicitar que os alunos leiam com objetivo, levantem hipóteses, busquem informações, diversifiquem expressões linguísticas, permitindo e exigindo que o aluno faça inferências que o levarão à construção do sentido do texto.

Dessa maneira, leitura e escrita são atividades metacognitivas sofisticadas que envolvem habilidades e processos cognitivos múltiplos e como tal não são tarefas fáceis para os alunos.

Sabendo que o aluno não chega na sala de aula pronto a realizar todo esse processo de reflexão, é preciso ensiná-lo. Ensiná-lo a pensar? Não! Ensiná-lo a refletir sobre a leitura, sobre a escrita e sobre os textos dos quais também será autor, pois construirá sentido novo para eles.

Maria Gorete Côgo da Silva é professora da rede pública de ensino e mestranda PROFLETRAS/UNEMAT/Sinop

COMPARTILHAR

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Mais notícias

Saiba usar o poder de recomeçar

Algumas pessoas apesar de ter a consciência do desperdício...

Tecnologia a serviço da sustentabilidade

A evolução tecnológica desempenha um papel fundamental no fortalecimento...

Tive um Infarto, posso fazer exercícios?

A prática de exercícios físicos após um infarto do...