Nos últimos seis meses de 2011, o primeiro ano da presidente Dilma, testemunhou-se a demissão de sete ministros. Um por desconforto manifestado em destempero verbal e os outros seis por acusações de malversação de verbas públicas, inépcia, corrupção e tráfico de influência. O fato é que todas as seis demissões, todas de julho para cá, se deram por conta de denúncias feitas pela imprensa e nunca por iniciativa do governo, até por conta da inoperância e pasmaceira da Comissão de Ética Pública que dorme em berço esplendido.
Curiosamente todos foram nomeados pela "presidenta", eram pessoas conhecidas dela, até por terem sido seus colegas em ministérios do governo anterior, fruto do loteamento feito pelo Lula. O que se questiona são as razões pelas quais ela nomeou gente tão ruim assim. Neste ritmo sabe-se lá mais quantos irão para a rua até o final do mandato.
"Nunca antes na história deste país", bandalheira e maracutaias correram de forma tão solta e impune, coisa comum e corriqueira em todas as esferas e não apenas na federal, diga-se de passagem. Na cabeça dos nossos políticos, verbas públicas servem para custear os altos salários, que sempre sobem mais que a decência permite, e alimentar desvios em obras indicadas no orçamento. Praticamente inexistem ações com um mínimo conteúdo de espírito público e que sejam desprovidas de interesses escusos, por exemplo, não se altera nem o código de transito para punir motorista alcoolizado.
E o povo? Ora o povo, este serve apenas para votar e pagar impostos cada vez mais escorchantes, direcionados para custear altos salários e obras cujas verbas possam ser desviadas. Seria cômico se não fosse sério, mas pelo andar da carruagem podemos inferir que não está longe o dia em nossos políticos farão o "Movimento Pela Legalização da Corrupção", com participação de ministros, governadores, deputados e outras personalidades. Certamente realizar-se-ão passeatas, paradas e desfiles nas principais cidades do país que serão denominadas "Paradas do Orgulho Corrupto" á exemplo dos movimentos pela legalização da maconha ou do orgulho "gay". Na verdade parece até que este movimento já começou, o Senador Blairo Maggi já nos brindou com um projeto de lei neste sentido. Espera-se que não esteja advogando em causa própria.
Diz o adágio popular que o povo que esquece a sua história, fatalmente repete os mesmos erros, então vamos ficar atentos. Neste ano eleitoral, temos que respeitar e valorizar o nosso voto, e até a nós mesmos enquanto eleitores, buscando votar nas pessoas de caráter e honestas e que sejam realmente comprometidas com o espírito público e não com o próprio bolso. Senão por outra, até pela razão de afastar algum perigo de uma nova ditadura!?!
A promessa de reforma ministerial certamente não trará nenhum grande benefício. Apenas se buscará atender interesses eleitoreiros para que alguns ministros possam tentar se eleger no próximo pleito, e outros serão nomeados sem que se perca o principal escopo do ato: o loteamento do planalto será mantido incólume. E os ministérios continuarão em mãos de apaniguados políticos ao invés de técnicos. E o povo? Ora o povo…