Desenvolvimento Sustentável II
Há alguns meses escrevi uma pequena matéria, apresentando dados do município de Feliz Natal, no tocante a utilização dos recursos naturais, naquela matéria foi afirmado que o uso de 50% de cada propriedade rural desse município, implicaria em um desflorestamento de 19,4% de sua área total, número este que não é muito diferente dos demais municípios de nosso Estado.
O norte do estado de Mato Grosso, local de transição entre os ecossistemas do Cerrado e Amazônia, vem sendo alvo de vários ataques por parte de ambientalistas, notadamente aqueles que possuem forte financiamento internacional, por conta do desenvolvimento agrícola e pecuário alcançado nesta região.
Para que este desenvolvimento possa continuar, é necessário a conclusão da BR 163, que foi prometido pelo Governo anterior, e não efetuado. No atual Governo chegamos ao ponto de a Ministra do Meio Ambiente, senhora Marina Silva, dizer em público que o Brasil “avançou ao retardar a retomada das obras na rodovia”.
Vamos analisar a importância dessa rodovia para o Estado de Mato Grosso, Pará e Amazonas. Inicialmente, o custo de transporte de grãos seria reduzido em cerca de 25%, o que a preços atuais representa aproximadamente U$ 1,50 dólares por saca, ou seja um incremento médio de mais de 20% ao preço dos grãos destinados a exportação.
Outro fator importantíssimo é o retorno de mercadorias da Zona Franca de Manaus, para o Centro-Oeste e Centro-Sul do País, a um custo de transporte menor do que os praticados atualmente e uma economia de aproximadamente 10 dias, o que sabemos representa muito em termos de remuneração de capital (principalmente levando-se em conta as abusivas taxas de juros praticadas em nosso País).
Pois bem, os contrários a integração através da rodovia, alegam que esta levaria desmatamento desordenado a região prejuízos a população local e as populações indígenas, como recentemente o Greenpeace noticiou e faz campanha por toda a Europa contra o consumo de produtos agrícolas oriundos do porto de Santarém, chamando-o de ilegal. A mesma nota se refere à rodovia da Soja no município de Feliz Natal, alegando que além de ilegal, esta rodovia vai a lugar nenhum, terminando abruptamente na divisa oeste do Parque Nacional do Xingu. Obviamente a rodovia terminou antes do Parque Nacional, respeitando os direitos das populações responsáveis por aquela imensidão de terras, que ao todo já ocupam mais de 10% de todo o território Nacional.
Naturalmente, a utilização de áreas em corte raso, para a implantação de atividades agrícolas e pecuárias deve obedecer a critérios técnicos rígidos, ao contrário do que foi feito no restante do País, ou será que quando Cabral chegou ao Brasil já havia asfalto na Avenida Paulista. Pois o solo como uma das principais riquezas de um País, senão a principal, deve ser utilizado com responsabilidade pelas atuais gerações, para garantir a alimentação a produção de fibras, matérias primas para as mais diversas indústrias e o fator mais relevante, e que leva aqueles que não querem ver nosso País no primeiro mundo, o fornecimento de combustíveis para as futuras gerações.
Com o intuito de “frear o utilização dos solos na Amazônia” o Governo Federal editou uma medida provisória limitando em 20% a utilização de áreas para corte raso. Nosso Congresso Nacional, como de costume, ficou omisso diante da situação, com raras exceções é claro, chegando alguns a dizer que esta situação seria revertida, e ficamos naquela expectativa: “vamos deixar do jeito que está para ver como é que fica”, e hoje a região sofre as conseqüências desse ato desmedido do senhor Fernando Henrique Cardoso, e da incapacidade de enxergar a necessidade de desenvolvimento da Excelentíssima Ministra Marina Silva e de nosso atual presidente, senhor Luiz Inácio Lula da Silva.
Durante um longo período, a Rede Globo de Televisão, preparou a opinião pública brasileira, notadamente a urbana, para este desfecho trágico, onde o desenvolvimento de uma região e a própria soberania da Nação é aviltado.
Porém, a despeito das “Leis que não são Leis”, e daqueles detentores do poder que se dizem patriotas, abdicando do uso de 80% dos solos de mais da metade do território Nacional, a região não parou de progredir. Feliz Natal, passou de 3.170 habitantes em 1997, para cerca de 11.000, em 2005, e este mesmo fenômeno ocorreu em várias outras cidades do Mato Grosso e do Pará.
Atualmente nós vivemos no “pós Curupira”, e a insegurança paira sobre a região, pois não sabemos o que nos será permitido, até agora o que vemos é: desemprego, fome e desesperança.
A falsa preocupação com o meio ambiente é tão clara, que é permitido inclusive o reflorestamento com eucalipto, a planta mais antiecológica que eu conheço. Porém desde que o solo estando ocupado com esta aberração, não estará produzindo grãos, fibras, e outros tantos produtos necessários ao nosso desenvolvimento.
Se nós brasileiros não tomarmos conta de nosso País, seguramente os americanos o farão. O exemplo é claro, a grande quantidade de armas químicas, que eles alegavam existir no Iraque nunca foram apresentadas. A opinião pública dos americanos, já está sendo preparada, e os jovens que daqui a 10 anos serão os eleitores daquele país, estarão de pleno acordo com a invasão de nossas divisas territoriais, com a débil desculpa da proteção ambiental, e aí será tarde, pois sabemos que as forças armadas americanas, apesar de ser as mais covardes do mundo é a melhor aparelhada.
Portanto, nós brasileiros patriotas precisamos combater a tirania, o despotismo e o erro, tomando conta dos assuntos que só a nós pertence.
Edson Castro Fonseca é engenheiro agrônomo, em Feliz Natal, há 14 anos
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