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Descrença generalizada

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Ante a onda de corrupção  que atinge em cheio as instituições públicas e também boa parte do mundo empresarial; ante o sucateamento e caos que dominam os serviços públicos; ante o desemprego e subemprego que sufocam mais de 26 nilhões de brasileiros; ante a retirada de direitos dos trabalhadores com a aprovação da reforma trabalhista e as ameaças de uma reforma previdenciária que em nada irá mexer com os privilégios dos donos do poder; ante a desorganização das finanças públicas e a falência dos governos federal, estaduais e municipais e, ante o cinismo por parte de nossas autoridades que teimam em mentir ou falar meias verdades, o resultado das últimas pesquisas de opinião pública não podem ser consideradas como surpresas.
O quadro de descrédito que vem se abatendo sobre a a população brasileira nos útlimos anos, intensificada a partir do   impeachment de Dilma e a chegada de Temer ao Palácio do Planalto, tem sido pior do que trocar seis por meia dúzia. Pesquisas recententes indicam que a população avaliam o governo Temer como pior do que os anos de Dilma, quando Temer e  o PMDB foram  seus sócios majoritários.

Desde o Governo Lula, com o estouro do mensalão e depois com a LAVA JATO, diversos ministros, ex-ministros, governadores, ex-governadores, parlamentares , principalmente aqueles que perderam o manto protetor do foro privilegiado, figuras ilustres da República e grandes empresários foram investigados, condenados a décadas de prisão e estão trancafiados em Curitiba, Brasília, Rio de Janeiro e outros estados.

Se não existisse o foro privilegiado para ajudar que criminosos de colarinho branco, travestidos de parlamentares e autoridades, continuem com seus privilégios e suas carreiras criminosas, com certeza o número de presos ilustres no Brasil poderia ser muito maior.  Isto com certeza deverá acontecer em um futuro próximo, pois as pesquisas indicam que os eleitores darão cartão vermelho para centenas de deputados federais, estaduais, senadores, governadores e com a perda de mandato e do foro privilegiado, inclusive Temer, deverão se defrontar com a justiça nos próximos anos, como atualmente acontecer com o ex presidente Lula e diversos de seus companheiros de jornada.

Diante desta situação que tem se agravado muito desde meados deste ano, pesquisas do Instituto Datafolha, indicam, por exemplo, em julho ultimo, que para 92% da população, representada pelo universo pesquisado a justiça trata melhor os ricos do que os pobres; quando a indagação se refere ao nível de confiança da população nas instituições, as forças armadas  estão no ápice da pirâmide e são confiáveis para 83% da população; a imprensa vem a seguir com 71% e as demais instituições formam uma fila que recheiam o descrédito popular, aparecendo como as tres últimas com os maiores índices de descrédito ou menos de confiança, emboladas na faixa próxima ou abaixo de 10% a presidência da República, o Congresso Nacional e os partidos politicos, cujos presidentes e demais caciques,  em sua grande maioria são investigados por crimes de corrupção e outros correlatos, incluindo o Presidente do PR que está preso.

A nova “rodada” de pesquisa do Datafolha deste inicio de dezembro de 2017, demonstra também que os índices de reprovação do Governo Temer e dos prefeitos das duas maiores capitais do país, respectivamente, São Paulo e Rio de Janeiro, continuam crescendo de forma continuada e rápida. Este é a mesma realidade em todos os estados e na grande maioria dos municípios, em todas as regiões.

Quanto ao Governo Temer, que longe da pompa e dos belos discursos otimistas que profere, para entreter ou enganar a população, seus índicdes de aprovação continuam os mesmos dos ultimos seis meses ou um ano, apenas 5% da população aprovam seu governo enquanto 71% reprovam, ou seja, é um presidente sem legitimidade na opinião publica, pois chegou a esta posição fruto  de uma rasteira que habilmente passou em sua antiga companheira de caminhada.

O que causou um certo estardalhaço neste clima de decepção e descrença quanto `as instituições, foram os resultados da pesquisa datafolha deste inicio de dezembro, revelando que apenas 5% da população aprova os trabalhos do Congresso Nacional, tanto Câmara Federal quanto Senado, e, em consequência 60% dos  deputados federais e senadores, não gozam de confiança popular, o pior índice nos ultimos 24 anos, quando estourou o escândalo dos anões do orçamento em 1993.
Comparando os dois fatos, ou seja, nível de corrupção engendrados pelos anões do orçamento com os fatos atuais revelados envolvendos parlamentares e integrantes do alto escalão dos governos federal, estaduais e municipais, a deterioração de nossas instituições continua de forma muito acelerada, fatos esses que geram a descrença generalizada da população não apenas nas instituições que deveriam ser os pilares de um estado democrático de direito, mas também nas pessoas, atores do cenário politico, econômico e social de nosso país.

Com certeza a população, representada pelos eleitores, deverá demonstrar esta insatisfação, descrença generalizada e indignação nas urnas, caso isto não aconteça, a mensagem que as próximas eleições irão passar é de um povo alienado que se contenta em escolher corruptos e criminosos de colarinho branco para governarem o país, os estados e municípios.

Juacy da Silva – professor universitário, fundador, titular e aposentado UFMT, mestre em sociologia, articulista e colaborador de jornais, sites, blogs e outros veículos de comunicação.
Twitter@profjuacy
[email protected]
www.professorjuacy.blogspot.com
 

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