O comentário que escuto nas ruas, em conversas daqueles que só tem voz em época de campanha eleitoral e que na maioria das vezes prefere não falar publicamente sobre assuntos polêmicos para não se comprometer; é o de que os atuais vereadores fazem parte da pior de todas as composições já tidas pelo legislativo em todos os tempos.
O julgamento feito por parte da população, vai ser feito nas urnas. Mas a preocupação que fica é sobre o posicionamento de quem irá assumir o poder em relação ao tema mais importante da atualidade: a preservação do meio ambiente.
Sabemos muito bem, preservar meio ambiente não é com a gente. Quem veio pra estas bandas, veio para desmatar, em nome do crescimento, mas veio para desmatar. Prova é que não sobraram árvores nem para arborizar nossos bairros. Hoje deveríamos urgentemente começar a plantar árvores. E não adianta vir com campanhas educativas pra isso. Chega de campanha para melhorar o trânsito, campanha contra queimadas. Campanhas devem atingir todos os envolvidos e começar pela sociedade organizada: escolas, igrejas, entidades de classe. Não é o que se vê.
O que vimos por parte da Câmara de Sinop, representada por seus vereadores foram declarações desastrosas em temas relacionados ao meio ambiente. Bem pouco tempo atrás, quando a imprensa internacional exibia reportagens criticando o desmatamento no Estado, em forma de informe publicitário, seis vereadores de Sinop colocaram uma nota de repúdio, ao que eles consideraram ser: “Utilização de um tema extremamente complexo e sensível como a geração e a implementação de políticas públicas que assegurem o desenvolvimento sustentável em regiões de fronteira agrícola, para tentar induzir a opinião pública a culpar o agronegócio, seja ele do complexo soja, arroz ou ainda agroflorestal, em nada contribui na busca de soluções efetivas que venham a garantir o uso pleno e sustentável dos recursos naturais, tão necessários para a geração de emprego e renda a que a sociedade brasileira faz jus e é de seu direito”.
Em outro momento infeliz, apresentaram uma moção de apoio ao deputado que propôs retirar o Mato Grosso da Amazônia Legal. Por incrível que pareça a moção de apoio foi aprovada por todos os vereadores da casa, na época a presidente declarou: “Mato Grosso não pode ficar atrelado às restrições ambientais, impostas pelo mercado externo, impedindo o desenvolvimento de forma sustentável do nosso Estado”.
Se naquele momento eles se uniam para repudiar ou aplaudir matérias que não eram de competência da casa. Hoje eles se dividem e não conseguem resolver problemas sérios que competem mais diretamente ao município.
Enquanto isso continuam as queimadas, a falta de uma estrutura adequada no município para a coleta seletiva de lixo… Mas pensando bem. Quando se fala em meio ambiente é melhor vê-los calados do que discursando.
Magnos Lanes Bauken de Oliveira, contabilista em Sinop