Foi bom ver o Luverdense se recuperar, após sair atrás do placar e vencer o Papão da Curuzu de virada, na Arena Pantanal. Não foi o público que a diretoria esperava, mas o suficiente para perceber que se o jogo tivesse sido disputado em Lucas, o mesmo público resultaria em lotação máxima! Não se podem iludir o técnico Júnior Rocha e nem o elenco ou a diretoria, achando que o caneco está ganho. Em Belém o buraco é muito mais embaixo. Paysandu e Remo que disputam o título paraense nesse final de semana, têm, ao lado de Santa Cruz, Sport, Náutico e outros poucos clubes do Norte/Nordeste, as torcidas mais apaixonadas do Brasil. Além disso o papão veio á Cuiabá na quinta-feira com apenas três titulares, menosprezando o adversário. Pagou caro por isso e agora terá que mostrar sua força no jogo de volta. Como franco atirador, o Luverdense que não tem nada a ver com a história do clube paraense jogará despreocupado, pois a responsabilidade recai agora toda sobre o anfitrião. O campeão da Copa Verde/2017 estará nas Oitavas de Final da Copa do Brasil do próximo ano. Mais dinheiro em caixa, visibilidade e a chance até de pregar uma peça nos favoritos.
No Estádio Municipal Massari Uriú, em Sinop, chamado pela torcida e a imprensa local de Gigante do Norte, o Sinop precisará vencer o Cuiabá nesse domingo a tarde para voltar a ser campeão, depois de 18 anos. O último título levantado pelo Galo do Norte foi em 1999, ao bater o Juventude de Primavera do Leste. Antes, havia vencido o Operário, em 1998, e o Mixto em 1990, ao se tornar o primeiro clube do interior a conquistar o título máximo do futebol profissional. Foi vice em 1996, quando o Mixto de Zequinha e companhia foi campeão invicto na gestão de Orlando Craici; e em 2000, diante do então motivado Juventude, de Aílton Nogueira. Naquela época o time de Primavera do Leste acabara de revelar a dupla Jair e Moreno, que em 2001 golearia o Fluminense por 4 x 1 no Verdão, pela Copa do Brasil. No ano passado, com o mesmo Marcos Birigui como treinador, o Sinop perdeu o título para o Luverdense.
Com um elenco modesto, tendo Andrezinho, Cabralzinho e Jorge Preá como armas, o Sinop desse ano surpreendeu, pelo empenho dos atletas e a velha estratégia de Birigüi. Em 2005, quando foi campeão pelo Vila Aurora, o treinador tinha lá suas cartas na manga também, e a principal delas era o garoto Edimar. Revelado no Operário Várzea-grandense, o garoto era um raio e tocava fogo no jogo. No Sinop de hoje, Birigui tem dois desses raios e o oportunismo de Preá, que já defendeu o Palmeiras, é um jogador rodado e sabe bem o que é disputar uma decisão. Com a casa cheia, sem dúvida será um lindo espetáculo que a cidade merecer, afinal ao lado do União – eliminado no TJD – obteve as melhores rendas até aqui.
Do outro lado do campo estará o pressionado Cuiabá. Eliminado da Copa do Brasil, pelo Goiás, e da Copa Verde, pelo modesto Rondoniense, restou ao Dourado o título estadual. Prestes a iniciar a sua sexta disputa na Série C do Brasileiro, o clube empresa saiu na frente em casa com um placar apertado (2×1) e possui elenco mais robusto. Por estes e outros fatores, a decisão desse domingo promete, e estaremos lá, homenageando o grande Massami Uriú, que nos deixou a alguns anos, mas sempre recebeu a todos com uma humildade impressionante e dedicou a vida ao esporte de Sinop. Este sim merecia ser homenageado com o nome no troféu de campeão!.
Oliveira Júnior – editor de Esportes de A Gazeta