Cuiabá desde que nasceu tem em seu DNA a resistência à opressão, ao domínio de quem vem de fora e não dá a essa terra o respeito e o carinho que ela merece. O Tratado de Tordesilhas, assinado entre portugueses e espanhóis em 1494, portanto seis anos antes do descobrimento do Brasil, previa que a região em que hoje vivemos, trabalhamos, criamos nossos filhos e construímos nossas vidas pertencesse ao Rei de Espanha. E assim foi por muitos anos até que um grupo de bandeirantes, navegando a partir de São Paulo, pelas águas dos rios Tietê, Paraná, Paraguai, Cuiabá e Coxipó se instalasse na região que ficaria conhecida como Coxipó do Ouro, dando a Cuiabá um dos muitos méritos que ela tem e dos muitos débitos que o Brasil tem para com ela: o de ser a grande responsável pelo alargamento das fronteiras do país, sem a qual jamais seríamos como cantou Joaquim Duque Estrada um “gigante pela própria natureza”.
A nossa Cuiabá, que hoje completa 290 anos, foi construída com paixão e defendida com amor, muito amor, primeiro evitando que os espanhóis aqui se instalassem, depois com sangue para evitar que os paraguaios, á época a principal, mais rica e poderosa nação da América do Sul, nos dominasse e subjugasse nossa vontade.
A nossa Cuiabá, que foi a primeira cidade da futura região Centro Oeste é a mãe de Mato Grosso, já que nasceu antes do estado. Consequentemente é a mãe também de todas as cidades de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Mais ainda, por dois anos foi capital de São Paulo quando Dom Rodrigo César de Menezes transferiu a sede da Capitania para cá e daqui governou a rica e próspera região cuiabana.
A Cuiabá de ontem tem história. Por isso será, sempre, a Cuiabá de sempre. A Cuiabá de hoje não é diferente. Não há no país cidade mais acolhedora, povo com coração e generosidade tão grandes que a todos recebe e dá oportunidades para que realizemos aqui nosso objetivo de sermos felizes.
Se todos os dias, ao levantarmos devemos agradecer a Deus a possibilidade de mais um dia em nossas vidas e todas as noites devemos agradecer a Ele o dia que vivemos, devemos também todos os dias reverenciar essa mãe cujos braços nos abriga e protege, cujos seios nos alimenta, cujo colo nos acalenta.
A Cuiabá de hoje respeita a história e com isso nos prepara para o futuro. Por isso merece o amor nosso de cada dia e merece cada movimento que possamos fazer para que ela siga seu traçado há 290 anos quando no coração do Brasil, no centro da América do Sul surgiu a Cuiabá de ontem, que nos deu a base para construirmos a Cuiabá de Hoje e que será, sempre, a Cuiabá de sempre.
Parabéns Cuiabá, meu ciúme!
Wilson Santos é prefeito de Cuiabá