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Cuiabá, 290 anos

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Cuiabá completa no dia 8 de abril mais um aniversário. São 290 anos de uma cidade que tem sua identidade cultural formada pela mistura dos imigrantes de todo o Brasil e do mundo. É a capital desse tão querido estado de Mato Grosso, referência para a economia mundial. Quero hoje escrever com muito carinho dessa cidade localizada no centro da América do Sul, entre o Pantanal, a Amazônia e o Cerrado. A Cidade Verde tem uma posição geográfica das mais privilegiadas.

Entre “tchapa e cruz” (cuiabanos de famílias tradicionais), “pés-rachados” (cuiabanos da zona rural) e “paus-rodados” (pessoas que vieram de fora), a população da capital é acolhedora e está pronta para receber a Copa em 2014. O crescimento da população cuiabana se expressa nos números do IBGE que mostram o inchaço que, em menos de 40 anos, quintuplicou a quantidade de moradores de Cuiabá, reflexo do que se iniciou no final da década de 50. Atualmente, são mais de 526 mil moradores e muitos fazem a estimativa de que Cuiabá agasalhará 800 mil pessoas em 2019. Essa imigração desacelerou, mas o progresso que vem com os imigrantes continua acelerado.

Nossa cultura tem muitas variações e curiosamente a cidade sempre foi cosmopolita. Do bolo de arroz no café da manhã da dona Eulália, ao escaldado (caldo com frango cozido e desfiado) no final da noite no Choppão. O entretenimento do cuiabano passa por várias nuances da miscigenação cultural. Na culinária tem pacu assado, Maria Isabel (carne seca com arroz), farofa de banana, galinhada, paçoca de pilão e muito churrasco com mandioca cozida. Ao hábito de se beber guaraná ralado, incorporou-se o chimarrão do Rio Grande do Sul e o tereré do Paraná.

As festas de santos são regadas a chá com bolo e também desenham a alma da cuiabania, predominantemente católica. Nos bares, boates e restaurantes da cidade encontram-se opções para diversos estilos. A noite tem sempre vários bares abertos para espantar o famoso calor cuiabano, que só ameniza um pouco depois do pôr-do-sol.

A identidade de metrópole se concretiza nos shoppings de Cuiabá, que concentram cerca de 570 lojas e geram mais de três mil empregos diretos. Este mercado, em plena fase de explosão e em constante crescimento é atrativo para empresários de todo o Brasil investirem na cidade e também um passeio para os turistas.

Entre o ecoturismo da Chapada dos Guimarães e do Pantanal, a capital mato-grossense vem se destacando em meio às belezas naturais e históricas, a identidade ambígua do velho e do novo que também pode ser consumida pelo visitante. Também me refiro ao Centro-Geodésico da América do Sul, ponto eqüidistante entre os oceanos Atlântico e Pacífico, o que para os místicos é uma promessa de energia e boas vibrações, como acontece com a imaginária Linha do Equador. A demarcação do ponto foi feita em 1909, por um filho ilustre da terra, o marechal Cândido Rondon, nascido na comunidade de Mimoso, na época pertencente a Cuiabá. O monumento em homenagem fica localizado onde hoje está instalada a Câmara Municipal, antigo Campo d’Ourique, que no passado já foi palco de muitas festas e até mesmo de touradas. Cuiabá tem em seu estilo do barroco ao neogótico, o centro histórico guarda suas lendas sobre a exploração do garimpo. Conta-se que diferente de Minas Gerais, o ouro de Mato Grosso surgia no quintal das casas.

Uma capital pequena e distante, que teve em sua herança cultural o isolamento. Mas esse isolamento acabou, o aeroporto Marechal Rondon, que fica em Várzea Grande, recebe 1,3 milhão de pessoas por ano e mesmo com a crise dos aeroportos de 2007 e com a alardeada crise de 2009, houve um crescimento de 30%.

Entre as peculiaridades dessa cultura cuiabana, os fiéis da Igreja Católica acreditam no padroeiro da cidade, Senhor Bom Jesus de Cuiabá, mas gostam mesmo é de comemorar o dia de São Benedito. Os dias de “esmola” da Festa do Senhor Divino e a Igreja de Nossa Senhora do Bom Despacho, uma cópia em miniatura da Catedral de Notre Dame, em Paris, também se destacam entre os seguidores da Igreja Católica.

Seis parques ecológicos e o zoológico da UFMT fazem parte do contexto dos amantes da natureza. Para os saudosistas, as preferências são pelas apresentações dos grupos de cururu e siriri (música e dança, respectivamente), cuja origem é atribuída às tradições indígenas.

Mesmo com seus inúmeros atrativos, Cuiabá briga, atualmente, para ser aceita como sede da Copa do Mundo de Futebol de 2014. Para ver mais investimento em Cuiabá e também na cidade vizinha, Várzea Grande, que utilizo esse espaço para conitnuar defendendo a vinda da Copa de 2014. A Copa do Pantanal será muito bem recebida pelos seus filhos, que verão mais um marco nessa história que é feita pelo suor de seus cuiabanos, muitos deles na humildade de terem nascidos ribeirinhos, e também do povo que veio de outros lugares, somando a nossa cultura e também deixando o suor do trabalho.

Por isso, peço apoio aos companheiros do Congresso para que a Copa venha para Mato Grosso e aos cuiabanos, filhos da terra ou filhos do coração, desejo felicidades nesses 290 anos.

Parabéns Cuiabá! São muitos anos de história.

Valtenir Pereira é Defensor Público e Deputado Federal

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